de Harold Pinter tradução Pedro Marques encenação Jorge Silva Melo cenografia e figurinos Rita Lopes Alves construções Thomas Kahrel desenho de luz Pedro Domingos assistência de encenação Leonor Carpinteiro, Nuno Gonçalo Rodrigues produção executiva João Meireles com João Perry, Elmano Sancho, Rúben Gomes, Maria João Pinho, João Pedro Mamede, Jorge Silva Melo coprodução Artistas Unidos, TNDM II, TNSJ dur. aprox. 1:50 M/16 anos Os Artistas Unidos acrescentam um novo capítulo à relação amorosa que vêm mantendo desde 2001 com a obra de Harold Pinter, poeta e dramaturgo que irrompeu em 1958 com O Quarto e Feliz Aniversário, peças que lhe valeram o epíteto de “talento mais original, perturbador e afirmativo” da cena britânica. Prémio Nobel da Literatura em 2005, Pinter foi desde a primeira hora um mestre da ambivalência das palavras e dos silêncios, legando-nos um teatro denso e lacónico, tocado pelo humor e pela crueldade, sempre à beira do abismo. Estreada em 1965, O Regresso a Casa introduz-nos numa habitação modesta de um bairro do Norte de Londres. Um espaço definido, protegido, mas de uma segurança que se revelará precária quando invadido por um homem que regressa para apresentar a mulher ao pai, ao tio e aos dois irmãos. Seis personagens – seis répteis venenosos? – transformam esta casa numa arena de duelos verbais, esgrimindo metáforas de predação sexual, numa implacável imersão nas desarmonias conjugais, na vulnerabilidade masculina e nas intimidades cruéis da vida familiar. Jorge Silva Melo regressa a Pinter pelo encantamento de voltar a trabalhar um teatro “exato” com um elenco de atores também eles “exatos”, onde pontifica João Perry, que há já demasiado tempo não vemos num palco do Porto.