Palestra: Anarquistas do Corpo e suas Fabulações Com Christine Greiner
LOCAL: Casa da Dança/Casa Municipal da Juventude de Cacilhas – Ponto de Encontro ENTRADA GRATUITA -----
Qual o poder da ficção? Como lidamos com ela o tempo todo em nossa imaginação? Como o corpo atravessa ficção e realidade para criar movimentos? Se por um lado, o “falso” camufla e enterra realidades, por outro lado, será que ele também pode reativá-las? Partindo dessas perguntas e da leitura de alguns autores da literatura, da filosofia e da neurociência, comecei a pesquisar sobre fabulações.
Como observa Tavia Nyong’o, a fabulação cria uma relação de desconstrução entre história e roteiro, reconhecendo a inevitabilidade da imaginação no tempo. Se isto já ocorre nas cartografias de nossa memória e na constituição de sentimentos (António Damásio), há também um aparecimento fabulatório de mundos que não foram feitos para sobreviver. Assim, as afro-fabulações e as fabulações queer, fazem reaparecer narrativas invisíveis da história e suas vozes silenciadas. Durante este encontro, apresentarei também as fabulações críticas de Sadiya Hartman e Grada Kilomba, a fabulação especulativa dos corpos ciborgues de Donna Haraway; e alguns exemplos das artes do corpo que pesquisei quando escrevi o livro Fabulações do corpo japonês e seus microativismos e o ensaio Fabulações da dor.
CHRISTINE GREINER é professora livre-docente em Comunicação e Artes pela PUC-SP. Ensina no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, onde coordena o Centro de Estudos Orientais; e no curso de Artes do Corpo. Desde 1998, tem realizado estágios de pesquisa em universidades no Japão, nos Estados Unidos e na França. É autora dos livros Leituras do Corpo no Japão e Fabulações do corpo japonês (2015 e 2017), O Corpo em Crise (2010) e O Corpo, pistas para estudos indisciplinares (2005), entre outros. Foi curadora de diversas exposições transmidiáticas em parceria com Ricardo Muniz Fernandes e os temas principais de sua pesquisa são dança, performance, cultura japonesa contemporânea e filosofia do corpo. Compartilha com a professora e critica de dança Helena Katz, a concepção da teoria corpomídia.
