Percursos, pela Companhia Instável

Ao contrário dos “Jardins Proibidos” imortalizados pelo cantor, os espaços verdes em que decorre o próximo trabalho da Companhia Instável são de acesso democratizado nos próximos dias 28 a 31 de agosto. A Quinta do Prado, em Celorico de Basto, vai deste modo converter-se no habitat artístico temporário da peça coreográfica “Percursos”.

Trata-se de um projeto original, que se inscreve no contexto da Rota do Românico, e está a mobilizar um conjunto de jovens da comunidade local, bem como estudantes de dança. O mote é estimular este naipe de intervenientes para o valor da experimentação, análise e reflexão, princípios fundamentais da dança contemporânea. 

O labor artístico em causa pressupõe também a existência de jovens criadores no seio do grupo que vão estruturando a concepção da obra através de impulsos de descoberta paulatina, em registo de 'work in progress', com recurso a uma espécie de introspeção criativa, e que partindo desse ‘eu interior’ é partilhado à posteriori. O resultado vai por certo surpreender pela originalidade da criação que propõem.

O ponto de partida radica na prática artística: os jovens criadores desenvolvem uma consciência proativa de cidadania, tendo como suporte a organização das capacidades criativas e espírito de iniciativa empreendedor, baseados na cooperação com o próximo. Neste episódio artístico feito dança alicerçada nos valores éticos, promove-se e incute-se a ideia de liberdade criativa e abre-se espaço de reflexão acerca dos limites dessa mesma liberdade, mas também da capacidade de gestão dos meios disponíveis.

O projeto não se limita à ao trabalho com o grupo de jovens, mas alcança os membros da comunidade que investidos da condição de audiência dos espetáculos, descobrirão novas abordagens à dança e valores do património local.