"all you can eat" é um espetáculo transdisciplinar que cruza teatro, performance, instalação, dança e concerto ao vivo, que busca reclamar o direito ao ócio, enquanto se descobre cada vez mais preso, cada vez mais produtivo, cada vez mais rentabilizado.
Se, por um lado, exigimos o direito ao descanso e ao aborrecimento, por outro são cada vez mais os estímulos que desvirtuam esse não-fazer-nada, criando a sensação de que esse tempo deve ser ocupado sob pena de não o estarmos a aproveitar. Viagens, ioga, meditação, exercício físico, workshops, atividades de degustação: como é que esse tempo já foi mercantilizado por um capitalismo dos afetos e de um tempo?
Em "all you can eat" passamos o tempo, juntos e de forma rentável. O jantar está servido e é à discrição. Por isso aproveitem, pagam sempre o mesmo.
---
"all you can eat" is a transdisciplinary show that intersects theatre, performance, installation, dance, and live concert, seeking to claim the right to idleness, while finding oneself increasingly trapped, increasingly productive, increasingly monetised.
While on the one hand we demand the right to rest and to be bored, on the other hand there are more and more stimuli that distort this carefree idleness, giving us the feeling that this time must be filled, otherwise we won't be enjoying it. Travel, yoga, meditation, physical exercise, workshops, tasting activities: how has that time already been commoditised by a capitalism of affections and time?
At "all you can eat" we spend our time, together and profitably. Dinner is served and is à la carte. So enjoy it, it will cost you the same.
"All You Can Eat", Joanna Correia. Cortesia/Courtesy: Plataforma285.