The Mirandas _ The Mirandas surge no ano de 2013, impulsionados pelo amor ao blues e rock das décadas de 50, 60 e 70. Entre partilhas e conversas e sempre com um copo de vinho como 4º elemento, o trio: Inês Miranda, Ivo Ferreira e Luís Caracinha, decidem com os seus instrumentos exorcitar frustrações, tristezas e melancolias. Estas sessões eram frequentemente acompanhadas por artistas como Robert Johnson, John Lee Hooker, Johnny Cash, Johnny Winter, Jimmy Hendrix, entre tantos outros. A este trio juntou-se Ruben Azevedo na bateria e Gabriel Costa nos teclados. Surgiram versões no percurso da banda que se tornaram clássicos, conferindo ao quinteto alguma notoriedade local. A voz antiga e pujante de Inês Miranda juntou-se ao som frenético e abrasivo da guitarra de Ivo Ferreira de mãos dadas com a viagem interespacial das teclas de Gabriel Costa, comandados pelos capitães do tempo e ritmo Ruben Azevedo e Luís Caracinha, catapultou a banda a actuar em festivais como: MED, Festival Internacional de Blues, Concentração Motard de Faro, Festival F, entre outros. Surgiam as composições de originais. Gritavam silenciosamente na ponta dos nossos dedos e cordas vocais, chegando a um estado de sítio em que não poderiam ser ignoradas nem esquecidas. Inês Miranda e Ivo Ferreira partem para a pré-produção com a ajuda de Vitor Bacalhau e a banda grava assim o seu primeiro trabalho, após um período turbulento de uma paragem forçada de 4 anos. "All Those Yesterdays" chega em 2021, como sendo uma composição melancólica, ambígua nos sentimentos, de negros e cinzentos, do que foi. Estes são os The Mirandas.
Montalvor _ Montalvor apresenta o seu primeiro disco. Trata-se de um disco em formato de filme, um filme que o ouvinte pode realizar e desenvolver na sua óptica e realidade ao escutar e mastigar cada faixa do álbum. Foram 3 anos de sensações, emoções e tentativas de desconstrução. Nesses 3 anos Montalvor encontrou a sua saída na mais saudável de todas as curas: o Rock’n’Roll.
Depois do lançamento de “I Didn’t Hear The Bell” e “Movin’on” no ano de 2016, chegou a altura de revelar ao mundo os kilómetros de Highway of Regret e o guião que levou à sua criação. Tunder Town é uma cidade cheia de pecado e irreverência. É aqui que se passa a história que encontramos neste disco, nela a sombra do passado fareja a cada canto e há uma luta interior difícil de travar. Este álbum carrega consigo 10 faixas e 6 interlúdios que constroem um todo indivisível. Nele, encontramos sons obscuros, dotados de um desconforto confortável que nos aquece a alma com o calor dos riffs e aconchega o coração com o bombo, tornando-se impossível não sermos de imediato sugados para dentro do ritmo. Trata-se de um dark country blues meio sensual, meio ritual, mas extremamente envolvente e a transpirar rock’n’roll que se faz acompanhar de uma voz grave, rouca e corpulenta. Não é difícil não nos colocarmos em Tunder Town e, até, sentir o vento a tocar-nos na face enquanto sentimos o pó da estrada e ouvimos o sino da igreja. Passamos por serpentes, inquietudes que geram ansiedade e uma vontade alucinante de engolir de um só trago este álbum. Há uma dualidade de construções rápidas e ferozes em contraposição com uma lentidão mórbida e profunda.