Em dezembro de 2019, Paul B. Preciado proferiu um discurso para 3.500 psicanalistas reunidos nas Jornadas da École de la Cause Freudienne, em Paris. Retomando o texto de Franz Kafka em que um macaco que aprendeu a linguagem humana se dirige a uma academia de cientistas, Paul B. Preciado dirige-se a uma assembleia de psicanalistas como um homem trans e uma pessoa de género não binário, não só para denunciar a violência estrutural que a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise infligem às pessoas consideradas homossexuais, trans, intersexuais ou não binárias, mas também para convidar a psicanálise a abrir-se às mutações de género e sexuais que estão a ter lugar na contemporaneidade. Simultaneamente íntima e política, a mensagem está voltada não apenas para a comunidade psicanalista, mas para cada pessoa e para a sua capacidade de abraçar a mudança.
O espetáculo biopolítico de Preciado sai agora do livro e entra em palco. O texto passa agora a ser um monólogo coletivo lido a cinco vozes, dirigido não apenas à comunidade psicanalista mas a cada um de nós e à nossa capacidade de abraçar a mudança e imaginar uma nova utopia. “Há uma proximidade histórica das pessoas que fomos expulsas do espaço público e que fomos empurradas para o espaço teatral”, diz Preciado.
Por razões alheias à BoCA e Culturgest, Paul B. Preciado não pode vir a Lisboa, em setembro, para participar na performance "Eu Sou o Monstro Que Vos Fala", da qual é diretor, autor do texto e um dos intérpretes. Para substituí-lo em palco, Paul B. Preciado convida o ator Alex Silleras.
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