Exposição Exhibition
18.11.2023 16h30 - 17h30
As cantigas são tantas, que a mim até se mudam: Museu dos Sons Perdidos, vol.3
Fotografia: © Filipe Faria, 2023
Ensaio: Ouvimos as palavras e os sons feitos de alegria, desgraça, escolha, vontade, de hoje, de ontem. Exercício: As palavras são âncoras, ditas ou escritas, gritos, sussurros. Experiência: As cantigas têm palavras lá dentro (e são tantas). As pessoas também. E o lugar. A voz deste lugar, São Miguel d’Acha, na voz desta mulher, Fátima Torrado Milheiro, nascida, aqui, em 1944. Esboço: Riscos sobre o poder da palavra, cantada, sofrida, falada, feliz, contida. Prova: Som sobre fotografia. Invisível sobre sais de prata. Ensaio: A voz não tem corpo nem cara.
O corpo (ou a paisagem) tem esta voz. Tempo a passar. E a paisagem, um veículo.
MUSEU DOS SONS PERDIDOS Dizem que Guglielmo Marconi (1874-1937), físico e inventor italiano, padrinho da tecnologia rádio, acreditava que o som não morre. Sonhava ouvir os sons perdidos, tocar nessas frequências eternas. Podíamos ouvir tudo. Ouvir a primeira inspiração dos nossos filhos e dos nossos pais. Ouvir o primeiro grito da Humanidade, cada sermão, conselho sábio ou riso de todas as gerações. Ouvir o som grave da primeira erupção ou o canto agudo daquela ave que escapou para longe. Todos nós podíamos ouvir tudo. Ouvir tudo, para sempre. (...)
Essay: We hear the words and sounds made of joy, misfortune, choice, will, of today, of yesterday. Exercise: Words are anchors, whether spoken or written, shouted or whispered. Experience: Songs have words in them (and there are so many of them), and so do people. And the place. The voice of this place, São Miguel d'Acha, in the voice of this woman, Fátima Torrado Milheiro, born here in 1944. Sketch: Lines about the power of words, sung, suffered, spoken, happy, contained. Proof: Sound on photograph. Invisible on the silver salts. Essay: The voice has no body or face.
The body (or the landscape) has this voice. Time passes. The landscape as a vehicle.
MUSEUM OF LOST SOUNDS It is said that Guglielmo Marconi (1874-1937), Italian physicist and inventor, godfather of radio technology, believed that sound did not die. He dreamt of hearing lost sounds, playing on those eternal frequencies. We could hear everything. The first breath of our children and our parents. The first cry of humanity, each sermon or wise counsel, and the laughter of every generation. The deep sound of the first eruption and the high-pitched song of the bird that escaped far away. We could all hear everything. Everything, forever. (...)
LIVRO Prefácios: Paulo Longo, Luís Pedro Cabral, Filipe Faria Edição: Arte das Musas | Colecção: Museu dos Sons Perdidos 1ª Edição Idanha-a-Nova 2023 | ISBN 978-989-35083-1-2 © Arte das Musas 2023 | http://www.museudossonsperdidos.pt/
Mais informações em http://www.museudossonsperdidos.pt/ e http://www.foradolugar.pt/