Exibição do filme DEUS SABE QUANTO AMEI de Vincente Minnelli (1958) Na sessão de abertura do ciclo, a 21 de Fevereiro, o filme DEUS SABE QUANTO AMEI / SOME CAME RUNNING, de Vincente Minnelli (projectado numa cópia de 35mm), o filme onde, como escreveu João Bénard da Costa, «“Aquela cujo amor nos faz tanta pena” (para citar, variando um pouco, outro poeta português) é o centro deste filme prodigioso e o mais bonito personagem que o cinema alguma vez inventou», será comentado pelo professor, crítico e ensaísta Mário Jorge Torres e pela crítica de cinema Inês N. Lourenço, com moderação de Luís Mendonça, num debate que, como em todas as sessões, se abrirá também aos espectadores. Amor & Intimidade Ciclo de cinema comentado 21 Fevereiro a 20 Junho 2018 Espaço Nimas, em Lisboa Desafiando as advertências de George Orwell, a maioria de nós parece pouco preocupada ante a exponencial erosão das fronteiras que separavam o domínio privado do público. Como encarar o facto de as redes sociais alimentarem uma cultura cada vez mais confessional onde já não parece haver lugar para qualquer pudor a respeito da sobre-exposição do Eu? Como podemos medir as motivações e efeitos de os filmes caseiros e as sextapes serem agora indiscriminadamente compartilhados? E os reality shows, que transformaram o sistema de videovigilância num género televisivo de entretenimento altamente lucrativo a fim de explorar a espectacularização dos afectos e emoções? Numa era que vulgariza a liberdade e o experimentalismo sexual, e onde a esfera privada se torna “pública”, muitos são aqueles que afirmam que a intimidade entrou em “crise”. Da mesma maneira, a palavra “amor” parece ter caído em desuso. Amplamente evitada — para não dizer mesmo estigmatizada — em muitos discursos, esta vai progressivamente cedendo lugar a outros termos e designações, tais como “envolvimento”, “trocas emocionais”, “afectos”, “desejo” ou “compatibilidade sexual”. O cinema, neste âmbito, converte-se facilmente numa lente útil para examinar as relações entre “amor” e “intimidade” e o modo como essas noções — antes tão estruturantes e recorrentes na cultura popular — têm vindo a sofrer alterações em resultado das profundas transformações sentidas actualmente ao nível dos comportamentos e do quadro de valores que os regem. O Instituto de História da Arte (IHA) organiza, com a Medeia Filmes e a Leopardo Filmes, o ciclo de cinema “Amor & Intimidade”, onde serão debatidas questões relacionadas com este tema, a partir de uma selecção de dez filmes. Entre 21 de Fevereiro e 20 de Junho, após a exibição de cada filme, os investigadores da FCSH/NOVA vão debater, com críticos de cinema, escritores, artistas, psicanalistas, historiadores, antropólogos, sociólogos e outros, estas obras, clássicas e contemporâneas, à luz destes problemas e inquietações que marcam sobremaneira a contemporaneidade. As sessões serão quinzenais, e terão lugar sempre às 19h00 no Espaço Nimas. Este ciclo de cinema conta com a curadoria de Bruno Marques, Cláudia Madeira, Luís Mendonça, Mariana Marin Gaspar e Sabrina D. Marques. www.medeiafilmes.com Amor & Intimidade 21 Fevereiro a 20 Junho 2018 Espaço Nimas 21 Fevereiro – 19h DEUS SABE QUANTO AMEI de Vincente Minnelli 1958 7 Março – 19h UMA LIÇÃO DE AMOR de Ingmar Bergman 1954 21 Março – 19h IRÈNE de Alain Cavalier 2009 4 Abril – 19h HIROSHIMA, MEU AMOR de Alain Resnais 1959 18 Abril – 19h O CORAÇÃO FANTASMA de Philippe Garrel 1995 2 Maio – 19h A MINHA NOITE EM CASA DE MAUD de Eric Rohmer 1969 16 Maio – 19h BUFFALO ’66 de Vincent Gallo 1998 30 Maio – 19h O MEDO de Roberto Rossellini 1954 6 Junho – 19h DOLLS de Takeshi Kitano 2002 20 Junho – 19h PAIXÕES CRUZADAS de Leos Carax 1984 Organização: Cluster Photography and Film Studies – Instituto de História da Arte da FCSH-NOVA, Medeia Filmes e Leopardo Filmes Curadoria: Bruno Marques, Cláudia Madeira, Luís Mendonça, Mariana Gaspar e Sabrina D. Marques. Bilhetes: 5 euros