Que les “caya” muy bien
Martha é mexicana na tez escura, nas palavras revoltas, no olhar fundo, na ponta picante da sua língua. É mexicana da terra da tequila e dos mariachi, mas também mexicana entre os zapatas de chiapas, os maias de Yucatan ou gringos de Tijuana.
Pedimos-lhe para nos abrir um pouco do seu livro, e contou-nos uma longa história, páginas escritas a azul times new roman onde se fala do “abuelo libanês” e da “abuela Lola”, das “comiditas” e das idas ao mercado. Do avô libanês fica-nos a mesa com pão árabe, das brincadeiras de infância o “juego, las comiditas”, de Chiapas a descoberta de novos sabores e do Yucatan “la sopa de lima”.
Já foi professora de Step, teve uma fábrica de bolachas macrobiótica em Tijuana e dedicou-se às dietas loucas, até que o amor lhe mudou a vida. Um amor português que a trouxe para a Penha de França e que a fez perceber que até podia abandonar o México, mas não podia abandonar a comida mexicana. Muitas horas entre mercados, chiles, tomates e maíz e conseguiu voltar a encontrar os sabores do México dentro da sua própria cozinha.
Este Domingo volta a estar entre nós a preparar-nos o almuerzo. Petiscos que são pedaços do México, comida que conta histórias, bocadillos da vida da Marta “que vuelve a ser la niña que goza jugando las comiditas”.
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