AO FIM DE 4 SÉCULOS IGREJA DA MISERICÓRDIA DA FEIRA RENASCE PARA REVELAR RELÍQUIAS E ESPAÇOS ESQUECIDOS O evento acontece todos os meses, próximo dos dias 29. O objetivo é abrir as portas ao público do espaço em obras e ir vendo a evolução da recuperação do edificado. Com o projeto de recuperação e reabilitação MISERERE, a Igreja da Misericórdia vai continuar a servir o seu propósito para o culto religioso, mas irá assumir um novo papel na comunidade: dar a conhecer uma herança cultural única das Terras de Santa Maria. Serão abertos os espaços recuperados às suas gentes e visitantes em geral, com a realização de atividades formativas e dinâmicas culturais integradas em roteiros turísticos, culturais e religiosos. A 1ª sessão pública de lançamento do projeto terá lugar dia 28 de setembro, pelas 18h00, na Igreja da Misericórdia da Feira. Mais do que um desejo, uma missão. É assim que a Misericórdia da Feira acalenta este projeto de recuperar, reabilitar e conservar a sua Igreja, que há séculos necessitava de uma intervenção de fundo, pelo menos desde a altura em que Marquês de Pombal canalizou algumas ajudas para reconstruir a estrutura central, destruída aquando do terramoto de 1755. Desde então não foi empreendida qualquer conservação de fundo à Igreja e respetivo património, apenas intervenções cirúrgicas. As dificuldades económicas e o rigor de alguns invernos adensaram a degradação do edifício, deixando marcas profundas, particularmente no retábulo-mor, e no valioso espólio da Igreja. Com este projeto de Recuperação e Reabilitação da Igreja da MISERicórdia dE Santa MaRia da FEira (MISERERE, do latim ter compaixão, clemência) pretende-se que esta Igreja (classificada como Monumento de Interesse Público em 2012) renasça agora para um novo tempo e, assim, reponha o seu lugar na história. Além da recuperação do edifício principal, compartimentos anexos, escadório, jardim e dos espaços exteriores envolventes, o projeto quer dar uma nova vida ao vasto e inestimável espólio cultural e patrimonial. Espólio, esse, digno de referência e de ser dado a conhecer depois de se ter perdido no tempo. Curiosidades: • Vão ser finalmente incluídos nos janelões os vitrais que, desde os tempos do Marquês de Pombal, ficaram esquecidos por falta de verba; • As pinturas antigamente existentes nos caixotões da capela-mor já não são recuperáveis. No entanto, poderão voltar a ser vistas no local original, através da projeção das suas imagens recorrendo a novas tecnologias. Tudo isto foi possível após um estudo às cores ainda existentes nos frisos. • A estátua de São Cristóvão, raríssima pela sua altura de mais de 3 metros, que desfilava nas procissões do Corpo de Deus, será recuperada e terá novo paramento. Funcionava como gigantone. Havia a tradição local que, sempre que as crianças comiam mal, as mães levavam a São Cristóvão, vinho e regueifa como oferenda. • Existem espaços na Igreja que não são alvo de recuperação há séculos. Foram descobertas, numa pequena sala, pinturas murais que, após o seu restauro, farão parte do percurso museológico. Nesta sala será ainda instalada uma estátua de Nosso Senhor dos Passos do séc. XVII, que durante séculos esteve guardada sem acesso. • Serão ainda recuperadas imagens antiquíssimas como a de Nossa Senhora de Campos (em pedra e provavelmente do séc. XV), que voltará para a fachada principal da Igreja; a Imagem de Nossa Senhora da Conceição (por datar), com um sorriso belíssimo e que será apenas alvo de limpeza; a Imagem de Nossa Senhora das Dores muito valiosa; a de São Francisco, uma das peças mais antigas (antes de ser construída a Igreja existia no local a capela de São Francisco onde muito provavelmente esta Imagem terá sido venerada). De salientar que a Imagem de São Francisco está repintada, assim como outras imagens; estando esta técnica de restauro já em desuso, os repintes serão retirados para recuperar a pintura original. • Paramentos e têxteis. Nas arrumações foi encontrado um espaço sem acesso há séculos, em que foi descoberto um património fabuloso de paramentos. Estes serão a atração principal do percurso museológico resultante do MISERERE. Vão ser recuperados pelas monjas Carmelitas Descalças do Mosteiro de Bande (Paços de Ferreira), que em clausura assumiram este projeto também como uma missão. Vão reparar os paramentos e refazer todos os bordados (alguns a ouro e prata). Esta ação é financiada pelo Programa Norte 2020, enquadrado no Programa PORTUGAL 2020. Qualquer dúvida, esclarecimento ou pedido de entrevista, não hesite em contactar-nos! MN Comunicação – Assessoria Marta Castro Nery – 963 158 251 – marta.nery@mn-comunicacao.com Sara Pereira de Oliveira – 919 301 232 – sara.pereira@mn-comunicacao.com