O medo domesticado. Se o dominarmos, e em contextos demarcados, o corpo, num alerta físco e psicológico, pode fruir para um deleite singular. É muito assim no cinema, lugar de calafrios e jubilações. O terror na sétima arte, género vasto, tem, ao longo das últimas décadas, crescido para territórios elevados de apuro criativo e exploração das emoções. Em Portugal, o Festival Internacional de Cinema de Terror de Lx, MOTELX, oferece, desde 2007, altura da sua primeira edição, as melhores obras de terror deste e de outro tempo, homenageando nomes maiores da realização. Um deles, talvez o mais reconhecido, John Carpenter, transporta para o grande ecrã os receios mais primitivos do homem, escavando no fundo de cada espectador particularidades primárias, projectando-as depois num vermelho enriquecido de vísceras e gritos ensurdecedores. Um mestre como Carpenter, sabe jogar com os nossos alvoroços, provocando-nos sobressaltos que viram, num produto final, prazer. Nesta quinta-feira, o espaço Incógnito junta-se ao Motelx para viajar sobre o mundo do horror, misturando a imagem com a música, para uma noite embalada pelo universo de John Carpenter que promete ser inesquecível. O medo domesticado, com a companhia de Bunny O'Williams e Ricardo Mariano na cabine, video-projecções, passatempos e outras surpresas fantásticas. A aventura começa às 23h e promete repetir-se de dois em dois meses. Petisca, arrisca, morde e dança.