Lançamento do livro Irrar, de Salette Tavares, com apresentação por Catherine Dumas, prefaciadora do livro Terça-feira, 4 de Junho, às 18h30, na livraria Tigre de Papel | entrada livre Depois da publicação, em 2017, do fac-simile de Lex Icon, de Salette Tavares, de 1971, a Tigre de Papel regressa agora à divulgação da obra de uma das mais importantes figuras da poesia experimental portuguesa publicando alguns dos seus trabalhos inéditos. Irrar, cuja redacção data de 1978, é agora publicado pela primeira vez. O livro conta com um prefácio da investigadora Catherine Dumas, que o apresentará nesta sessão. Podemos considerar Irrar como um longo poema concreto em prosa. Mas trata-se também de uma narrativa que acompanha a errância/«irrância» infindável da narradora-«pueta» pelas paisagens concretas e mentais duma Lisboa de todos os tempos. A morte, omnipresente através da personagem da tia cancerosa, abre o espaço e o tempo para uma eternidade filosófico-poética mediante a meditação e a visão. O leitor é convidado a «irrar» também pela língua portuguesa, dando irros que desafiam qualquer reforma ortográfica. A voz da poeta rebela-se contra a norma, conferindo um tom irónico e humorístico à sua narração «hilariante», à sua «brincadeira». A língua inventada por Salette Tavares em Irrar abunda em efeitos de oralidade, a par com referências sábias. Sendo um texto experimental, Irrar promove um humanismo feito de encontros, de atenção aos outros, de cuidados, é dizer de amor.