Sweet Violence: Vítor Rua & Tó Trips | sexta, 20 Mar | 8€ SWEET VIOLENCE: Encontro entre Tó Trips e Vítor Rua é uma viagem idiomática, painel de linguagens entre os tutti; a variação e a multiplicidade idioletal torna insusceptível qualquer classificação estilística e tipológica unívoca, pois é uma montagem heterofónica; é um fluxo descontínuo e desconstrutivo, com diferenciadas frentes idioletais e idiomáticas. O idioleto, ou seja, o discurso singular e privado destes músicos, é uma função esquizóide, impõe o seu selo a toda a sintomatologia, exibe um código, privado e independente, de um só locutor, emerge da significação catártica da experiência musical. � ———————————————————————— � A nave “Sweet Violence” beijou languidamente a superfície do planeta “Sabotage”. O oiro do rio cravejava em mil estrelas o firmamento da ramagem; raios de vento solar agitavam os anéis refulgentes da água, argênteos cometas sopravam nas “nuvens” do veludo das folhas. Cada cintilação era relativa a um som específico no radar mental. Muito longe, a neblina de Betelgeuse, quase uma “Opera” silenciosa; além, Aldebaran, mais próxima e intensa, chispando clusters; com um ruído fantástico, a fosforescente Alfa Centauri; deleitou-se com a energia sónica radioforme do frutedo de Cassiopeia; mini-relâmpagos de “orquídeas” alumiavam o líquido Orion num som estrídulo percussivo e contínuo. Ouvia-se o chocalhar do rio na sua curva de Via Láctea, rasgando a vegetação atonal; a nebulosa magalhânica das copas; o estampido duma super nova ofuscante; seguiu-se um vazio silêncio que cegava… depois… misticamente… glissando e, súbita agitação das folhas audiovisuais prenhes de seiva. Ouviu-se uma gama entre sons infra e ultra, raios resplandecentes “sedosos”. Impulsos sonoros analógicos variáveis , cordas eléctricas sibilantes. Na perspectiva textural, uma corola, Tau Ceti, roçava em elipses as pétalas de Andrómeda; pressentiu-se o explodir microacústico dum planetóide alojado numa semente; a queda asa delta amarela dum meteoro arpejado vindo do topo da árvore dissonante que ao poisar no solo levantou poeira sideral. O concreto e o imaginário; mais longe até a vista ficar louca de som imenso: o Sol, que naquela manhã embebedava de radiações audioextravagantes… e nos confins da Galáxia, entre os sons da Natureza - uma melodia arcaica de duas guitarras a esvairem-se... “Música!”- o Humano não estava só no Universo... Bilhetes à venda na própria noite, a partir das 22h30.