Avô Eu sempre que venho ao Porto faço questão de usar as palavras certas para cada ocasião. Comprimidas pelas margens do rio, as palavras que se usam no Porto para dar o nome às coisas nem sempre são as mesmas que se usam noutros lugares. Pode ser do clima. Por exemplo, um chapéu-de-chuva não serve para nada, aqui. Com a pluviosidade média mensal, às vezes nem um guarda-chuva serve, quanto mais um chapéu. O que é preciso é ter um chuço sempre à mão, essa é que essa. Com a palavra certa, parece que chove menos.
João As palavras são para as ocasiões. A ocasião faz a palavra, a palavrinha, o palavrão. Eu cresci ali onde o mapa de Portugal se dobra em quatro, com família de todos os lados, e o dia de natal era sempre uma batalha de palavreado para os netos, as primas, os tios e as avós se entenderem com o nome dos doces. O meu avô dizia que era a grande guerra do Patoá / Portugalês. E era! Se eu não acertasse no nome do frito, ficava a ver navios…
Patoá do Porto é um espetáculo para pais e filhos sobre as palavras que se dizem no norte e não no resto do país – palavras como repa, franja, marrafa. Esta é a história de um avô preocupado com o neto ir estudar para o Porto que resolve fazer um dicionário das palavras específicas da cidade. Juntando teatro, música e cinema de animação, é uma história sobre encontros e desencontros.
. CE: +6 anos . Duração: 40 minutos . Informações e reservas: mumma@cm-matosinhos.pt | 229390967
-- Ficha artística --
Texto e encenação: Jorge Louraço Figueira Interpretação: Rodrigo Santos e Francisco Rua Realização e argumento: Ricardo Megre Produção e argumento: Pedro Alves Desenho de som: Francisco Rua e Pedro Ferraz
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