Neste concerto, o Accord Quartet apresenta um programa que aborda a relação de György Ligeti com a música de Béla Bartók.
O Quarteto de Cordas nº 3 de Bartók é uma obra inovadora para a época, ao explorar os limites do material melódico num espectro harmónico alargado e uma paleta diversificada de cores tímbricas. As melodias alusivas ao folclore húngaro, resultantes de estudos etnomusicológicos, revelam-se neste campo ampliado de possibilidades.
Quando Ligeti compôs o Quarteto de Cordas nº1 – Métamorphoses nocturnes – ainda na Hungria, a distribuição deste quarteto de Béla Bartók era limitada pelo regime, assim como outras das suas obras de carácter mais experimental. Ainda assim, Ligeti teve oportunidade de estudar aprofundadamente a sua música, o que teve um impacto significativo nas suas próprias composições. Segundo o compositor György Kurtág, o primeiro quarteto de Ligeti oferece uma sensação de continuidade estética para com o legado musical húngaro, pelo que chegou a nomeá-lo de “Quarteto de Cordas nº 7 de Béla Bartók".
Catorze anos depois, aquando da composição do Quarteto de Cordas nº 2, a relação de Ligeti para com a Hungria e a música de Bartók tinha-se alterado substancialmente. Nesta obra, um único tema viaja sobre diferentes texturas em cada um dos andamentos, criando atmosferas contrastantes numa linguagem musical vanguardista totalmente dominada pelo compositor. As referências a Bartók tornam-se oblíquas e em diálogo, embebidas numa aura de nostalgia pela Hungria do seu passado.
O Festival de Sintra, este ano sob direção artística de Martim Sousa Tavares, é uma organização da Câmara Municipal de Sintra e tem lugar de 15 a 25 de junho com concertos em lugares únicos e uma programação variada que oferece sessões de cinema, dança, espetáculos para famílias e infância, palestras, workshops e outros formatos.
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