Rodrigo Vaiapraia editou o seu primeiro álbum “1755” (2016) com sabor a garage rock e expurgo queercore, para em “100% Carisma” (2020) abraçar a pop e a emancipação pós-punk com a potência da sua banda. Mas os rótulos são só um papel que se cola à testa, e Vaiapraia é e já foi muitas coisas - seja a solo, em trio, com banda ou numa multiplicidade de colaborações com pessoas e colectivos.
Começando 2023 com o EP “Estrelas e Trovões”, continua a escrever novos temas e a tocar ao vivo - e traz-nos agora o desvendar de mais uma camada da sua matrioska num novo formato de concerto. O espectáculo, que quase desde início se alicerçou em banda, será agora a consagração da sua ausência. Para isso, juntará ao material antigo o novo repertório, numa sonoridade onde a dramaturgia, o baixo acústico, o teclado e alguns elementos electrónicos unirão as pontas do véu, deixando a descoberto mais uma derme, tão profunda como as anteriores.
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Vaiapraia released their first record “1755” in 2016, with a distinct garage-rock queer-punk flavor, only to embrace pop and post-punk with the brilliant follow-up “100% Carisma” in 2020. But genres are nothing but a piece of paper you stick to your forehead, and Rodrigo Vaiapraia is and has been many things: either solo, in trio, with band or throughout the many collaborations he’s been involved in.
With a new EP released earlier this year, Vaiapraia is still writing new material, and we’ll witness the unveiling of a new layer in their concert approach, which is now the celebration of the absence of a band: old and new songs, a stripped-back set-up featuring drama, bass, keyboards and small electronics, music, theater, visions and narratives, and always - the voice. Sung, screamed, spoken, repeated.