O convite feito a Ryoji Ikeda para conceber um pavilhão temporário no Parque enquadra-se numa prática continuada de convidar artistas para criar e instalar trabalhos no património natural de Serralves. O projeto estende-se a outros participantes, nomeadamente ao arquiteto Nuno Brandão Costa.
A intenção de Ikeda é proporcionar uma experiência cinemática intensa, criando no pavilhão um ambiente imersivo que combina arquitetura, instalação e música, comparável ao de uma sinfonia. O artista refere-se a este projeto como o culminar de dezoito anos de trabalho.
A face exterior da estrutura tem um acabamento imaculado, como uma escultura amorfa sem significado: um “monólito negro” que procura a simplicidade na perfeição da forma, este objeto pretende transmitir a experiência do todo, com uma cumplicidade suplementar entre exterior e interior. O seu objetivo, como o da metafísica ou do esoterismo, é a pureza visual.
Ryoji Ikeda (1966, Gifu, Japão), um dos mais destacados compositores eletrónicos e artistas visuais do Japão, explora as características essenciais do próprio som e de elementos visuais como a luz, tanto através da precisão matemática como da estética matemática. Ikeda impôs-se como um dos poucos artistas internacionais que conseguem trabalhar convincentemente no cruzamento entre o universo sónico e o visual: orquestra de modo elaborado som, materiais visuais, fenómenos físicos e noções matemáticas em performances ao vivo e instalações imersivas. Para além da sua atividade apenas musical, Ikeda tem trabalhado em projetos de longa duração que se traduzem também em livros e CDs.
Nuno Brandão Costa formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) em 1994, onde se doutorou em 2013 e leciona desde 1999. Foi assistente dos Professores Domingos Tavares e Pedro Ramalho, e é atualmente professor auxiliar do Projeto 4, unidade curricular que lecciona desde 2001. Com José Miguel Rodrigues, foi coordenador da opção E — “Teoria e Práticas de Projeto” — do programa de doutoramento da FAUP.
conceito e composição: Ryoji Ikeda
computação gráfica e programação: Norimichi Hirakawa, Ryo Shiraki, Tomonaga Tokuyama
arquiteto: Nuno Brandão Costa
encomenda da Fundação de Serralves - Museu de Arte Contemporânea, Porto
A exposição recebeu o apoio de Corticeira Amorim e Fundación Almine y Bernard Ruiz-Picasso para el Arte.
Este projeto contou com o apoio imprescindível do programa S+T+ARTS, promovido pela Comissão Europeia.
Fonte: https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2210-micro-or-macro-pavilhao/