Décima e última sessão do ciclo dedicado à experiência de Manoel de Oliveira enquanto espectador, com filmes e cineastas importantes no seu percurso enquanto cinéfilo.
BAD MA RA KHAHAD BORD | O VENTO LEVAR-NOS-Á
Abbas Kiarostami | IRN | 1999 | 118’
Numa das suas célebres citações, Jean-Luc Godard referiu que “o cinema começa com D.W. Griffith e termina com Kiarostami”. O Vento Levar-nos-á é um dos filmes mais evocativos do autor iraniano, proporcionando uma reflexão ambígua sobre os valores da vida e da morte, mas também do cinema e do tempo. Bezhad, um engenheiro civil que se faz passar por jornalista, infiltra-se numa remota aldeia curda para documentar os rituais de luto que antecedem a morte iminente de uma anciã. Mas como a morte tarda em chegar, Bezhad permanece na aldeia, ligando-se cada vez mais aos seus ritmos e estilos de vida. Kiarostami representava, para Manoel de Oliveira, uma das mais significativas orientações do cinema contemporâneo. Herdeiro tanto do cinema neorrealista como da tradição lírica persa (o título do filme é retirado de um poema de Forough Farrokhzad, famosa poetisa e cineasta feminista iraniana, autora do célebre documentário A Casa é Preta), Kiarostami é um cineasta de “uma candura sábia, hoje completamente perdida na atual cinematografia em todo o mundo, que reputo como um dos valores mais válidos da humanidade” (Manoel de Oliveira, Ditos e Escritos, Fundação de Serralves, p. 257).
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