21:00 até às 23:59
ONDNESS | Hidden Horse

ONDNESS | Hidden Horse

Entre a realidade criada e ficcionada, há uma outra dimensão por explorar. A ancestral. Afastados o quanto baste da máxima, conhecer o passado, para construir o futuro, ONDNESS e Hidden Horse são um dos mais brilhantes descentes de pesquisadores inveterados.

Pegar em referência escondidas, cuidá-las e trazê-las ligeiramente à tona, para nelas novamente mergulhar. Se Deus escreve direito por linhas tortas, ONDNESS e Hidden Horse escrevem na invisibilidade.


ONDNESS | Sobre o pinhal de Leiria, lembro-me que algumas estradas pareciam intermináveis até ao momento em que se uniam numa encruzilhada. É aí que um caminho faz com que o outro respire, e todo aquele enorme matagal encontre alguma organização. Nesse grande pinhal que é também o universo musical do Bruno Silva, Ondness funciona como um ponto de convergência para as qualidades que até aqui estavam dispersas.

Propositadamente dispersas, talvez, como se fossem ensaios necessários de ciências que só mais tarde viriam a ser aplicadas a fundo numa fórmula amadurecida a que o Bruno decidiu chamar Ondness. E, se existe, nas malhas de Ondness, uma sensação de “coro de todos os fantasmas e mistérios”, é porque o Bruno andou a cultivá-los durante bastante tempo: foram muitas as cassetes obscuras e exóticas, vários os concertos míticos em Leiria e outras tantas as marcas deixadas em festivais e colectivos diversos. Todos esses capítulos de um percurso incansável que permanece muito mais focado numa visão caleidoscópica pessoal do que na revisão de qualquer género ou na vontade de fazer sumo com a fruta da época.

O próprio som de Ondness sugere em vez de impor: abraça-nos com o enleio rítmico geralmente atmosférico e incapaz de sobrepor a sua voz à que temos na cabeça. Fica a sobrar o espaço necessário para todo o tipo de usufruição e obtenção de ideias acerca da techno de Gas (Wolfgang Voigt), ou sobre como funciona, por exemplo, o som nos filmes de John Carpenter ou das produções da Carolco e da Cannon. Se em Ondness há também alguns sinais da música baleárica, esses aparecem como se fossem a recordação de uma foda bem dada há alguns meses atrás e nem tanto na sua forma eminente.

Ao que tudo indica, o homem terá descoberto o fogo de cócoras. Foi numa posição semelhante que o Bruno Silva chegou ao seu “fogo” também. Depois de uma noite mal dormida em Coimbra, senti curiosidade de espreitar pela porta do quarto do Bruno e lá estavam espalhados pelo chão os pedais, as cassetes e demais matéria roufenha. Todo um arsenal de fricção, investigação e persistência que, na sua versão actualizada à imagem de Ondness, vai estar aos olhos de todos no aquário da Zé dos Bois. [Miguel Arsénio]

https://soundcloud.com/bruno_silva | http://holuzam.bandcamp.com/album/megadawn


HIDDEN HORSE | Dupla formada por dois dos fundadores de Beautify Junkyards. Kyron assume os sintetizadores e Tony Watts a percussão acústica e electrónica. Ao vivo são acompanhados por Ana Farinha (Vaiapraia) na voz, percussões e gira-discos. A sua estética Sonora funde elementos da música industrial, kosmische e da hauntologia.

Em 2022 lançaram o primeiro album "Opala" e no ano passado revelaram ‘Incorporeal’, numa edição em vinil. Ambas as obras saíram com o selo da Holuzam e têm recebido críticas positivas em publicações de referência internacional, como a Wire, Electronic Sound ou Shindig.

http://hiddenhorse.bandcamp.com/


Bilhete 01 dia | 07 Euros
Bilhete 02 dias | 10 Euros

[ambos à porta nos dias dos respectivos concertos]

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