Na semântica da palavra "cantos" encontramos o cantar e o
lugar. Há meio século dois cantos, de e para liberdade,
aconteciam em dois cantos do mundo: Portugal e Brasil.
A diferença imposta pela realidade prática e retratada na
gramática é que se faz tanto um "de" quanto um “para”. Em
Portugal, há 50 anos, ouvia-se o canto de Liberdade; no Brasil,
há 60 anos, cantava-se para a Liberdade. A Revolução de 25 de
Abril veio 10 anos depois do Golpe Militar de 1964 no Brasil, no
mesmo mês de Abril.
Chegamos em 2024 onde tanto o canto “de” quanto o canto
“para" a liberdade não é apenas uma lembrança mas também
uma urgência. Nunca depois desse período a Liberdade esteve
tão ameaçada nesses cantos. Será nessa “Roda Viva” que
teremos de cantar para não permitir que “Os Vampiros”
regressem. Não mais estamos em festa, mas haverá sempre
“um cravo renitente” guardado para nós.
Nani Medeiros, João Pita e Fernando Baggio trazem Cantos de
(para) Liberdade. Canções que marcaram o período de luta no
Brasil e suas conexões com Portugal.