5 de outubro a 2 de novembro | 3.ª a sábado 10h00-18h00
Local: Centro Cultural de Lagos – Sala de Exposições 0
Org.: CM Lagos
Entrada livre
Maria João Gomes é designer e artesã especializada na empreita de palma algarvia (entrançados vegetais). Fundou a "Palmas Douradas", uma marca 100% algarvia cujas peças são inteiramente concebidas com produtos naturais do Algarve. Apaixonada pelo seu trabalho, decidiu focar-se no design das próprias peças, de modo que, para além de apresentarem uma forma de produção única, também possuam um design distinto. Todas as suas obras são produzidas desde o início, ou seja, Maria João vai à serra apanhar as palmas, trata de todo o processo de secagem e preparação, e só depois começa a entrançar e a dar forma às peças. As suas obras podem ser integradas tanto no mundo da moda como no da decoração e da arte. Tem orgulho em carregar e respeitar toda a tradição que existe por trás da empreita de palma algarvia e em partilhá-la com o mundo. Além disso, Maria João está empenhada em promover não apenas a beleza das suas criações, mas também a sustentabilidade e a preservação das técnicas artesanais tradicionais da região, contribuindo assim para a valorização do património cultural algarvio.
O caminho mais recente percorrido por Maria João Gomes, refletido nesta exposição, aproxima-a da arte conceptual diluída no sonho de um modo de vida idealizado. Com o artesanato cada vez mais distante, valores como o equilíbrio ambiental e uma estranha ecologia romântica sugerem-nos um futuro imprevisível.
Os entrançados vegetais sempre estiveram presentes na história da humanidade, intuitivamente, a partir do momento em que era necessário o transporte de algo de um sítio para o outro. E, no princípio começaram por se enrolar os objetos em folhas. A empreita feita com palma, folha da palmeira, é uma tradição secular do Algarve, onde a matéria-prima é abundante. Para Maria João Gomes a palma existiu desde sempre na história da sua família.
Maria João Gomes descende de uma família do Açafal, no concelho de Tavira, mas cedo vai viver para Paris com os pais. Quando regressava, nas antigas férias grandes, passava dois meses em casa dos avós, e essa época coincidia com a apanha da palma. Lembra-se de ouvir a avó dizer “apanha-se a palma desde a última chuva até à primeira”. Isto porque, nesse tempo, chovia até final de junho e começava a chover novamente em setembro.
Fonte: https://www.cm-lagos.pt/municipio/eventos/12882-exposicao-azul-de-maria-joao-gomes-palmas-douradas