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Ensinar o caminho ao diabo (I), com a presença de Tânia Dinis

Ensinar o caminho ao diabo (I), com a presença de Tânia Dinis

Ciclo de Cinema | Ensinar o Caminho ao Diabo
M/12

Bilhetes | https://bit.ly/naosaofavas_gretua
Estudante: 2€ | Geral: 3€

No clássico italiano Cinema Paraíso (1988), o jovem Totò espera o comboio que o levará para longe da aldeia. Na despedida, o já velho Alfredo diz-lhe ao ouvido: “Não voltes. Não penses em nós. Não olhes para trás. Não escrevas. Não cedas à nostalgia. Esquece-nos a todos.”

O ciclo de cinema "Ensinar o Caminho ao Diabo" corrompe este apelo ao desapego. Vamos sentar-nos na plateia da sala escura, como quem partilha a carruagem de um comboio, avançando pela paisagem da tela a olhar para a origem. São 5 sessões a andar para trás, com 10 filmes portugueses em que o cinema se estabelece como território familiar. Cada realizador regressa a casa, à aldeia, ao arquivo, para procurar os seus velhos: os antepassados, os avós, os mestres.

O cinema como tentativa de fintar o tempo, embalsamando no ecrã as pessoas que amamos, mas também a possibilidade de um cinema sensível à materialidade e à transformação da memória que o próprio pode invocar. Em ambos os casos (que não se excluem), uma espécie de paradoxo: recuar para avançar. A necessidade de preparar o futuro com o passado, tornando o presente mais denso e coerente. Um ciclo para experimentarmos a revolução dos que não avançam simplesmente, mas que se atrevem a voltar ao início.

No dia 30 de Setembro vemos os filmes “Não são favas, são feijocas”, “Estas Mãos São Minhas” e “Gipsofila”, e conversamos com a realizadora Tânia Dinis.

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Não são favas, são feijocas (2013) - Tânia Dinis
Conflito geracional de pessoas que vivem do campo, para o campo. A minha avó e eu. O confronto da imagem com aqueles nela representados.

Estas Mãos São Minhas (2019) - André Miguel Ferreira
Há dezanove anos que Adelaide Ribeiro faz a mesma viagem, duas vezes por semana. Estas Mãos São Minhas resulta da documentação do que torna esse ritual essencial para a avó do realizador, e da exploração da profunda ligação que os une.

Gipsofila (2015) - Margarida Leitão
O espaço pessoal de uma avó visto pela câmara da sua neta (a realizadora Margarida Leitão): um ensaio sobre a sua memória através das palavras hesitantes de duas pessoas que se amam, que se filmam, e que partilham o mesmo sangue. Mas mais do que um olhar sobre o espaço solitário de uma casa, “Gipsofila” é também o espaço exterior a ela: a solidão de uma realizadora que, das ruas exteriores onde a vida se vislumbra ao longe, encontra, em escuros corredores, um lugar para criar o seu cinema e filmar uma herança que talvez se julgava perdida: as histórias que deram origem à sua família e que alimentam, hoje, o seu olhar e o seu desejo de futuro.

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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