‘Neolingua’, título do álbum de Malasomma [Stochastic Resonance – Abril de 2024], que nas palavras do próprio se pode traduzir como – ‘a linguagem que está em conformidade com a ortodoxia, um vocabulário que rejeita identidades, jargões e dialetos regionais, em favor de uma linguagem única, simples e ‘inteligente’’. Linguagem única, repetimos e aberta, acrescentamos, a todo e qualquer imprevisto. Entroncamos, ainda que de forma lateral e algo enviesada no conceito de música exploratória.
Universalidade e imprevisibilidade é o mote para a ‘Fim de Emissão#42’. A Malosomma juntam-se Michael Fischer e João Castro Pinto, ambos em concerto e dj saber @ lá.
MICHAEL FISCHER [saxofone] | Desde a década de 90, Michael Fischer tem trabalhado em torno do discurso da imanência dos sons e da sua evidência escultórica e dramática, no âmbito da música livre improvisada e experimental/contemporânea, usando o saxofone tenor e o violino. Fischer compõe, igualmente, peças fixas para paisagens sonoras ad hoc, destinadas a performances experimentais colaborativas com poetas. Em 1999, começou a integrar o fenómeno de feedback electroacústico no seu trabalho instrumental e desenvolveu uma técnica única - instrumento exclusivamente analógico, ou seja, sem processamento adicional: o saxofone feedback. Esta técnica incorpora micro e macro movimentos do instrumento / dos dedos / do corpo, criando texturas dentro de um diálogo de reflexões sonoras do espaço. Aprofundou esta técnica / instrumento em residências artísticas que realizou nos reputados ZKM (Karlsruhe) e no STEIM (Amsterdão).
Tem colaborado com inúmeros artistas e figuras-chave da música improvisada, bem como com artistas notáveis de diversas áreas como: poesia experimental, arte conceptual, poesia visual, dança e performance. Há cerca de duas décadas, em Novembro de 2004, fundou a ‘V.I.O. - Vienna Improvisers Orchestra’, orquestra de geometria variável que conduz de acordo com os princípios da composição instantânea (performances de destaque incluem o ‘Moers Festival 2022’ e o ‘Wien Modern 2021’.
Neste âmbito da composição instantânea, tem dirigido numerosos conjuntos e formações internacionais em festivais, universidades e noutras instituições. Michael Fischer tem realizado apresentações, tours e dado palestras por toda a Europa, Líbano, Japão, EUA e Canadá.http://m.fischer.wuk.at/works.htm | https://instagram.com/michael_fischer_sound_spaces | http://viennaimprovisersorchestra.org/ | https://youtube.com/@michael_fischer_saxophone/videos
JOÃO CASTRO PINTO [laptop | field recordings | electrónica] | Compositor / performer de música experimental e artista sonoro / intermédia, desde a segunda metade dos anos 90. A sua produção compreende os domínios da soundscape composition, da live electronics (solo e com instrumentistas), da música electroacústica / acusmática e da rádio arte. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa, encontrando-se a concluir o seu doutoramento na Universidade Católica Portuguesa – C.I.T.A.R. (Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes), onde é investigador. João é editado pelo http://MIC.PT/ (Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa) e tem trabalhos publicados por editoras como: Miso Records (PT), Unfathomless (Bélgica), Hemisphäreの空虚 (Austrália), OTO (Japão), etc. O seu trabalho tem sido apresentado frequentemente pela Europa, América e Ásia, em festivais como: INA-GRM Multiphonies (França), ICMC – International Computer Music Conference (EUA), Experimental Intermedia Foundation (EUA), Seoul International Computer Music Festival (Coreia), ISCM – World Music Days Festival (Estónia), MANTIS Festival of Electroacoustic Music (UK), Visiones Sonoras (México), MUSLAB – International Exhibition of Electroacoustic Music (Argentina), Audio Art Festival (Polónia), Wien Modern (Áustria), Radiophrenia Festival (Escócia), Poetronica (Rússia), Música Viva (Portugal).
agnosia.me | https://soundcloud.com/jcastropinto | https://bit.ly/MIC-PT-PERFIL-PORTUGUES
MALASOMMA | Marco Malasomma é compositor, percussionista e músico eletroacústico. Centra a sua investigação na construção de arquitecturas sonoras complexas e profundas criadas através da utilização e reelaboração de gravações de campo, sons concretos e instrumentos processados em tempo real.
Em 2012 fundou o White Noise Generator, grupo de pesquisa e editoras comprometido com a divulgação de novas linguagens artísticas. Tem colaborado com alguns dos nomes mais interessantes da música improvisada, electroacústica e noise. Com White Noise Generator foi responsável pela organização e direção artística dos festivais Experiment #0, 1, 2, do festival Elettrocivica e do encontro internacional de pesquisa sonora Clockstop. Também foi curador da área de novas línguas do Festival Timekode.A sua pesquisa sonora encontra terreno fértil na interação com outras formas artísticas, possibilitando-lhe atuar como designer de som para cinema, televisão, teatro, dança e performance multimédia. Participou como solista e em ensembles em alguns dos mais importantes festivais de investigação europeus, incluindo MIA [Portugal], Sons libérés [Bélgica], e em Itália, em Flussi, Time Zones, Milano Film Festival.
Em 2014, o seu projeto solo ERGO foi concerto de abertura para o músico Ben Frost. Dois anos depois, com o mesmo nome, apresentou o álbum ‘Misophonie’, seguido de uma digressão italiana que terminou em outubro de 2016. No dia 1 de Novembro apresentou-se a solo pela primeira vez como MARCO MALASOMMA, abandonando o nome ERGO, por ocasião do única data italiana da banda americana Matmos com o projeto ‘Perfect Lives’, dedicado ao compositor americano Robert Ashley.
Em Dezembro de 2017 apresentou no Macro em Roma, a sua nova performance Jura, dedicada à ilha silenciosa e distante onde Orwell terminou de escrever 1984. Em Fevereiro, o disco homónimo foi lançado pelo selo Stochastic Resonance.http://stochastic-resonance.bandcamp.com/album/sr-025-neolingua
dj saber @ lá | Assente num acervo de criações próprias, densas e poli-género - que podem ir d@ lo fi à high nrg - aquelas podem ser manipuladas in situ (na (a)tonalidade, compressão tempo, transposição, etc.), para drifts harmónicos e cadências hipnóticas.
Entrada reservada a sócios
Contribuição sugerida | 04 Euros