“Todo esse tempo foi o Samba que cuidou de mim», canta Karla da Silva numa das faixas de Sotak. E foi. O quarto álbum em nome próprio da sambista e compositora, a estrear-se nos palcos em novembro, rende homenagens ao gênero musical que considera como a língua-mãe, mas também à própria trajetória. Os primeiros concertos decorrerão no Studio de L’ermitage, em Paris, no dia 2; na B.O.T.A Anjos, em Lisboa, no dia 17, e no Instituto Pernambuco, no Porto, no dia 30. As dez novas músicas autorais no alinhamento fazem jus ao título do disco e são sinónimos da cadência de Karla da Silva, impressa tanto na sua voz potente como na sonoridade. O ponto de partida são as tradicionais rodas de samba e danças de roda dos bairros populares, como Madureira, um dos berços do samba carioca e bairro onde cresceu. O sotaque de Karla da Silva também é contemporâneo e foi assimilado numa carreira premiada. Semifinalista do The Voice Brasil, Karla da Silva sabe que a «mão que junta na reza também bate o tambor» e assim leva para as suas composições a influência do Camdomblé, religião de origem afro-brasileira da qual é praticante. «Já há algum tempo observada, a jovem brasileira Karla da Silva tem tudo para agradar, sem nunca reduzir a sua expressão a vãs seduções», escreveu o crítico musical francês Jacques Denis sobre Sotak. O texto, publicado na revista La Terrasse, destaca a “voz poderosa» da artista, que cria «uma imagem bastante precisa de uma música muitas vezes reduzida a clichés banais». Mais informações e bilhetes em https://thelastseat.com/Sotak