O Cônsul Português

Saudamos um diplomata português que salvou 30.000 vidas do 
holocausto, emitindo-lhes freneticamente vistos, e enfrentando dessa forma Salazar, que o afastou das atividades diplomáticas, condenando- oa uma vida de dificuldades. 
Com uma visão poética e cheia de simbolismos, a encenação pretende trazer à superfície as diferentes perspetivas dos intervenientes de uma história verídica, que foi até hoje o maior ato de salvamento de vidas humanas perpetuado por uma só pessoa em todos os conflitos bélicos. Meses depois de ter deflagrado a Segunda Grande Guerra Mundial, em junho de 1940, o Cônsul Português Aristides de Sousa Mendes atribuiu em Bordéus, vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi. E este gesto, apesar de desobedecer às ordens do Chefe de Estado, António de Oliveira Salazar, salvou a vida a cerca de trinta mil pessoas. 
Contrariando instruções formais recebidas, o Cônsul Português chegou mesmo a albergar refugiados na sua casa em Bordéu e na sua residência em Cabanas de Viriato/Viseu, atitudes que desagradaram a Salazar, que o destituiu imediatamente. Nessa sequência, o herói dos judeus que procuravam escapar ao extermínio nazi, ainda apelou para o Supremo Tribunal Administrativo e para a Assembleia Nacional, mas sem qualquer sucesso, passando a viver com dificuldades, até à sua morte, por doença, em 1954, tendo ainda sido vendidos os seus bens em hasta pública para pagamento de dívidas. Restaram apenas as paredes da sua casa que, à mercê de estranhos, foram, ao longo dos anos, aproveitadas para abrigo de animais. 
ficha técnica e artística 
O CONSUL PORTUGUÊS 
autor Rafa Leite 
encenação Rafa Leite e Andreia Fernandes 
interpretação (por ordem de entrada em cena) Sofia Monteiro, Susana Melo, Norberto Cunha, Elisa Silva, André Cunha, Diana Almeida, Bruno Faria, Daniel Pinto, Rafael Leite, Joaquim Leite e Andreia Fernandes ambiente sonoro Rafa Leite e Andreia Fernandes desenho de luz Nelo Gonçalves operadores de som João Sousa e Gilberto Magalhães operador de luz Wallace Ribeiro figurinos e caracterização Andreia Fernandes e Xana Novais cenografia e adereços Andreia Fernandes e Elisa Silva 
duração aproximada 1h10m 
classificação etária M/12 anos 
produção Teatro Vitrine (Fafe)