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Exposição | A singularidade de Maria Ramos

Exposição | A singularidade de Maria Ramos

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A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro organiza a exposição A Singularidade de Maria Ramos, patente ao público até 31 de janeiro de 2025, por ocasião do 120.º aniversário da artista e bióloga terceirense. A exposição conta com o patrocínio de Germano de Sousa e a colaboração de diversas entidades particulares e institucionais.

Em destaque estará exposta documentação inédita à guarda da BPARLSR, bem como um conjunto de peças de arte de Maria Ramos pertencente tanto a coleções particulares como ao espólio do Museu de Angra do Heroísmo, recuperando assim da invisibilidade e do esquecimento histórico um trabalho artístico digno de homenagem.

Pretende-se dar a conhecer a vida e a obra de uma mulher que cultivou as artes e as ciências, com trabalhos nas áreas da escultura e do desenho, e nas ciências com investigação na área da genética.

No âmbito da exposição está previsto um conjunto de atividades direcionadas para a comunidade e para as escolas até ao final do mês de janeiro de 2025.

Nota Biográfica: Maria Ramos

Nascida em Angra do Heroísmo a 20 de fevereiro de 1904, Maria de Lurdes Ramos Moniz da Costa Valadares, frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo (1915 a 1922), tendo completado o curso complementar de ciências.

Após conclusão do ensino liceal, frequentou a Escola Industrial e Comercial Madeira Pinto, em Angra do Heroísmo, na qual exerceu a docência da disciplina de Desenho Geral. As suas aptidões artísticas permitiram a criação de peças nas áreas do desenho e da escultura.

Em 1927 com uma bolsa da Junta Geral de Angra do Heroísmo, Maria Ramos embarca para o Porto para iniciar os seus estudos na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com uma bolsa do benemérito Dr. Manuel António Lino, e em 1928 matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto, no curso preparatório com destino ao Curso Especial de Escultura.

Na década de 30, Maria Ramos frequentou a Faculdade de Ciências Biológicas em Lisboa e desenvolveu estudos na área da radiação de raios-X na indução de mutações, sendo o seu 1.º artigo científico realizado em colaboração com o agrónomo e geneticista António Sousa da Câmara, no qual abordou o efeito da radiação dos raios-X na rutura cromossómica da Vicia faba.

Em 21 de abril de 1938, casou-se com o físico e professor da Faculdade de Ciências de Lisboa, Manuel José Nogueira Valadares.

Com o intuito de conseguir uma especialização em genética, em 1939, Maria Ramos solicitou um pedido de bolsa ao Instituto para a Alta Cultura, o que possibilitou a sua investigação científica no Instituto Lazzaro Spallanzani, da Universidade de Pavia, com a orientação do biólogo geneticista Carlo Jucci. A partir de 1941 até 1943, frequentou a John Hopkins University, sob a orientação de Ephrussi, centrando-se na área da “fisiologia genética”. O organismo que utilizou mais nas suas investigações de genética foi a Drosophila melanogaster (mosca da fruta).

Em 1945, assume o cargo de assistente do grupo de Zoologia e Antropologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, havendo registo de vários artigos científicos publicados, durante este período de investigação e docência.

Em 14 de junho de 1947, na consequência da purga política, Manuel Valadares rescinde o seu contrato com a Faculdade de Ciências de Lisboa. No seguimento dessa ordem, o casal decidiu partir para Paris com o seu único filho, Manuel Carlos Valadares, onde passaram a exercer as suas atividades profissionais.

Maria Ramos faleceu em 1985, três anos após a morte do marido.

Fonte: https://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/default.aspx?id=48247
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