randomaccessmemory | Música Para Um Crematório | 'Ver Como um Lobo' [instalação]

Procurar na paisagem as interseções invisíveis da natureza. A sessão do Ciclo de Concertos para Salas Vazias#26 ocupará dois espaços da SMUP – o salão e o sótão. No salão, será apresentada ‘Ver como um Lobo’, instalação de Bruno Caracol que decorre de uma apurada e muito interessante investigação que se estabeleceu entre o lobo e o homem na zona norte do país. 
No sótão, os concertos de randomaccessmemory, na procura constante de relações entre um presente que se vai construindo e as memórias de um passado que inevitavelmente o conformam, desta vez com uma âncora nos territórios do sudoeste asiático. Música para um crematório é, e como os próprios descrevem - ‘a profanação da música sacra ou a sacralização da música profana’. 
 
 
randomaccessmemory | Inspira-se na nostalgia profunda e nas memórias passadas ou futuras que permeiam a nossa realidade. Entre o familiar e o desconhecido conta histórias sobre outros mundos através de sintetizadores analógicos e digitais, gravações de campo e mistura de rádio. 
http://randomaccessmemories.bandcamp.com/album/terminal-tapes | https://soundcloud.com/ram_exe | https://instagram.com/andys__ram 
 
 
MÚSICA PARA UM CREMATÓRIO | Se Música para um Crematório representa a profanação da música sacra ou a sacralização da música profana, é difícil determinar ao certo. O projeto, encabeçado por Afonso Patinhas e Miguel Moura, procura criar uma experiência catártica e imersiva, utilizando o drone como veículo para narrar histórias sobre a morte e o efémero. 
Em contraste com o disco de estreia, uma composição com um tom mais minimalista e caseiro, II, o segundo disco de Música para um Crematório, vê o projeto ascender para paisagens mais celestiais e voluptuosas. Apropriando-se do poder e magnitude do orgão de tubos, a música adquire uma conotação mais fúnebre e onírica, ajudada pela narrativa que, refletindo o nome do projeto, descreve um crematório utópico no meio do mar, apenas acessível através de uma ponte circular no limite da qual se encontra a estrutura colossal. 
‘When you enter The World of ‘Música para um Crematório’, you take a step into the world unknown where life meets death and death meats life. It is a reflection of the past but also a glance of what has to come when you move forward. The pace and progression of the compositions are luring you in, but also awakens you curiosity to go deeper and deeper inside where the solemn chords and creaks and cracks of wood and concrete set the foundation for the mass and leads you on your way.’ [Malcolm Pardon] 
http://edicoesumbria.bandcamp.com/album/ii | https://www.youtube.com/watch?v=FNuPl1D2Ovc 
 
 
‘VER COMO UM LOBO’ | ‘Pesquisa em que levo alguns anos, começou à volta dos fojos de lobo, armadilhas de paisagem ancestrais usadas para caçar lobos, resultou já num vídeo para a Bienal de Cerveira e numa instalação audiovisual no Campo do Gerês. No decurso da investigação deparei-me com um livro do Francisco Álvares (biólogo que trabalha com lobos) em torno ao uso medicinal de órgãos de lobo, de doenças causadas pelos lobos e as curas feitas com goelas secas, com olhos e outras partes conservadas. O projeto de que vos venho falar parte desta relação entre os corpos, lobos e humanos, para contrastá-la com os mecanismos da biologia, alimentando uma investigação plástica que resultará numa instalação multimédia e numa publicação em colaboração com Odair Monteiro e Pedro Nora. A peça sonora será composta em colaboração com Laura Marques.’ [Bruno Caracol] 
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/uma-batida-aos-lobos | http://buala.org/pt/cara-a-cara/ver-como-o-lobo-e-olhar-como-um-artista-entrevista-a-bruno-caracol | https://youtube.com/watch?v=4zBRXyZekhM