O Dia do Sol Imóvel integra para o projeto PASSAGEM#2 a recriação de duas peças icónicas da coreógrafa Vera Mantero - Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois, de 1991, e Comer o Coração, de 2004 - que, neste dia, 21 de Junho, serão apresentadas no Parque do Convento do Fundão e adaptadas ao espaço público. Neste dia de Festa, Vera Mantero recria essas peças, servindo-se não só do espaço verde envolvente, como também das plataformas do circuito de arvorismo, montadas nas copas das árvores. Surge assim uma nova criação e um novo título: Comer o Coração nas Árvores, com a participação de músicos locais e em comunicação com o público que assiste ao espetáculo e confraterniza num grande piquenique. Vera Mantero estudou dança clássica e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Começou a sua carreira coreográfica em 1987 e, desde 1991, tem vindo a mostrar o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Dos seus trabalhos destacam-se os solos “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” (1991), “Olympia” (1993) e “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings*” (1996), assim como as peças de grupo “Sob” (1993), “Para Enfastiadas e Profundas Tristezas” (1994), “Poesia e Selvajaria” (1998), “Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza” (2006), “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” (2009) e mais recentemente “Os Serrenhos do Caldeirão, exercícios em antropologia ficcional” (2012) e “Salário Máximo” (2014). “Comer o Coração”, trabalho criado em parceria com o escultor Rui Chafes, representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo, em 2004. Em 2013 e 2014 criou as instalações performativas “Oferecem-se Sombras” e “Mais Pra Menos Que Pra Mais”, esta última numa parceria com a Culturgest e o Maria Matos Teatro Municipal, em Lisboa. Em 1999 a Culturgest organizou durante um mês uma retrospetiva do seu trabalho com o título “Mês de Março, Mês de Vera”. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete. O Projecto PASSAGEM tem como objetivo partilhar com a comunidade, de todas as maneiras e formas, o universo de um artista - as suas obras, o seu pensamento, a sua relação e o seu envolvimento com as pessoas. O Programa-Projeto PASSAGEM é dedicado a Todo o Fundão, a todas as pessoas que quiserem participar, e tem como parceiros primordiais as Escolas, as Associações e os Artistas do Fundão. A organização é da Câmara Municipal do Fundão em parceria com a Associação Luzlinar.