Rua da Emenda, o 6.º álbum de originais de António Zambujo, é, afinal, uma avenida do mundo onde coabitam as sonoridades do Brasil, França, Uruguai e do continente africano trazidas, claro está, para a dimensão portuguesa. Pica do 7, o primeiro single, é o reencontro entre Zambujo e um dos seus mais antigos parceiros, Miguel Araújo. Juntos, desenham o cenário do eléctrico e romantizam a típica figura do revisor. Outros são os colaboradores habituais que marcam presença em Rua da Emenda, – de João Monge a Maria do Rosário Pedreira, de José Eduardo Agualusa a Pedro da Silva Martins, entre outros – uma festa onde ainda há espaço para novos encontros, como acontece com Samuel Úria e José Fialho Gouveia, para citar alguns. Nos 15 temas que completam Rua da Emenda cabem também emocionantes tributos aos talentos imortais de Noel Rosa (confirmando a paixão de António Zambujo pela música brasileira), Serge Gainsbourg (com La Chanson de Prévert reinventada pela magia da guitarra portuguesa), Jorge Drexler (o uruguaio que já ganhou um óscar), Rodrigo Maranhão e Pedro Luís (mais dois brasileiros da linha da frente). Ao vivo, António Zambujo enche o espaço e pára o tempo com a sua voz e guitarra, cheias de recantos e subtilezas, na companhia de músicos de excepção, dirigidos pelo seu contrabaixista e director musical, Ricardo Cruz. O público é convidado a participar para que, a uma só voz, ecoem as emoções dos protagonistas e sentimentos universais, a que Zambujo sabe dar vida de forma ímpar, nas suas canções.