5 ABR Os Cavaleiros do Asfalto (Martin Scorcese, 1973) 21h30 3,5€ (sócios gratuito) 8 ABR O Menino e o Mundo (Alê Abreu, 2013) 16h00 Gratuito 12 ABR Maridos (John Cassavetes, 1970) 21h30 3,5€ (sócios gratuito) 19 ABR Lucky (John Carroll Lynch, 2017) 21h30 3,5€ (sócios gratuito) -- ABRIL: Ciclo Rapazes Cavaleiros do Asfalto (Mean Streats, 1973), fala-nos da história de dois aspirantes a mafiosos, Charlie (Harvey Keitel) e Johnny Boy (Robert De Niro), e algumas das suas peripécias na transição da adolescência para a vida adulta. Segundo o próprio Scorcese, anos antes de Cavaleiros do Asfalto e já depois de haver realizado Maridos (Husbands, 1970), John Cassavetes terá aconselhado o jovem Scorcese a "não desperdiçar a sua energia e talento e fazer algo que interessasse", referindo-se aos seus dois primeiros filmes, feitos por encomenda. Em Cavaleiros do Asfalto, Scorcese desenha a fórmula capaz de resolver um filme de violência e crime, numa narrativa electrizante, frenética, sobre as suas personagens e os seus drama interiores, que viria a ser desenvolvida nas suas obras-primas, Taxi Driver, Raging Bull, GoodFellas, etc. Maridos (Husbands, 1970) é um filme algo "perdido" entre o maior mediatismo de obras primas de John Cassavetes (Faces, Minnie and Moskowitz, A Woman Under the Influence, etc.) mas nem por isso é uma obra menor. De resto, não conseguimos deixar de pensar que alguma da fisicalidade e da irreverência da cinematografia de Mean Streats poderá ter ido beber directamente a Maridos. O naturalismo da filmagem e as diversas sequências improvisadas, em que Archie (Peter Falk), Harry (Ben Gazzara) e Gus (Cassavetes), deambulam continuamente, ao longo de dias, em ruas, bares e bordeis, de Nova Iorque a Londres, revestem a crise de meia idade que as personagens atravessam, de uma humanidade excecionalmente eficaz, tocante, retratada em Maridos como se de uma ferida aberta se tratasse, resultado da recente morte do quarto elemento desta pandilha. O terceiro filme deste ciclo representa a terceira e última etapa do crescimento dos Rapazes. Harry Dean Stanton, consagrado em filmes como Alien (1979) e Paris, Texas (1984), desempenhou em Lucky o seu o último papel. Num filme temperado com momentos de grande leveza cómica, a iminência da morte transporta o solitário Lucky, e a nós com ele, para uma reflexão sobre a morte e o que deixamos para trás.