A Propeller é um projeto editorial que nasce com a HÉLICE - Fotógrafos que usam a fotografia, entidade de formação, programação e criação artística. É um projeto sem lei nem ordem, tornado possível pela editora Stolen Books. Com duas edições por ano, a Propeller surge com o desígnio de investigar diferentes atributos associados à estética fotográfica e assume parâmetros pouco habituais para uma publicação periódica, a cada edição adotando um formato singular, determinado pela temática que se propõe investigar. A edição que será publicada a 20 de fevereiro de 2019 será dedicada à relação entre fotografia e PROPAGANDA e conta com a participação dos seguintes autores: Andy Mattern, As Toupeiras, Borja Larrondo & Diego Sánchez, Brian Frank, Cameron Lamothe, Daniel Blaufuks, Diogo Simões, Discipula, Ignasi Aballí, João Pina, João R. Ferreira, Laura Chen Photography, Marcelo Brodsky, Margarida Gouveia, Mauro Restiffe, Nuno Perestrelo, Pete Brook, Peter Bohler, Sara E André, Tim Hussin, Rodrigo Tavarela Peixoto, Teresa Flores e Victor del Rio. O lançamento acontecerá no mesmo espaço que acolheu o evento de estreia da Propeller em 2017 – A Padaria do Povo, em Campo de Ourique – e marca um momento importante na história recente desta aventura. Esta será também uma oportunidade de encontrar exemplares das edições #0 e #1 (ambas esgotadas), bem como exemplares da edição #2 ou da edição especial da Propeller #0. Coordenação: Sofia Silva Conselho Editorial: Duarte Amaral Netto, João Paulo Serafim, Rodrigo Peixoto, Valter Ventura Design (onde existe design): Paulo Arraiano Traduções: Sofia Silva Apoio: Andreia Páscoa Agradecemos aos autores. Agradecemos também: ao Ike Ferreira, ao Luís Alegre e à Stolen Books (obrigado Cristina, obrigado Leonor), ao Nuno e à Andreia da AVA, à A Padaria do Povo (ao André Costa e ao Vasco Loução) - back in da house!, à Matilde Ventura - street artist on the making!, ao Lucca Vogel, à Olívia Borges, ao António Vilhena, ao Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em especial ao Pedro Tropa e ao António Rebolo. A special thank you to Pete Brook for his deep involvement in the project and for bringing Brian Frank, Peter Bohler and Tim Hussin, to whom we extend this acknowledgment. Editorial de Sofia Silva (excerto) Por propaganda entende-se a associação e/ou manipulação de alguns aspectos da realidade, com a finalidade de promover ideias ou doutrinas. Não temos a intenção de sugerir que a fotografia contemporânea se presta a este serviço. Contudo, notamos que nas últimas décadas, particularmente no campo do documental, a fotografia tem revelado algumas tendências que evocam a mesma estratégia linguística e demagógica que sustenta a propaganda política, i.e., toda a manipulação de ideias com potencial impacto naquilo que se entende por “bem comum”. Cada vez parece mais evidente que a arte contemporânea, no Ocidente, não só problematiza a realidade, como vê nesse questionamento uma temática (obrigatória e necessária). Este compromisso com o real levanta algumas questões, nomeadamente: Como é que a arte pode tratar a realidade e ao mesmo tempo manter-se autónoma das condições moralizantes de uma realidade partilhada? De que modo a subjetividade das narrativas criadas pelas obras de arte se emancipam da retórica institucionalizada pela cultura vigente?