21:00 até às 23:59
Medusa (para Charlotte Posenenske)

Medusa (para Charlotte Posenenske)

TEATRO UNIVERSITÁRIO DO PORTO apresenta:



MEDUSA (para Charlotte Posenenske)
Concerto-instalação para violoncelo, electrónica, som gravado e objectos ressonantes // 2019 // Ricardo Jacinto + Teatro Universitário do Porto

“The things I make are variable, as simple as possible, reproducible.” from “Manifesto” by Charlotte Posenenske (Art International, May 1968).

Medusa dá nome a um sistema electroacústico através do qual Ricardo Jacinto tem vindo a explorar, numa relação especifica entre  improvisação musical e arquitectura, um vocabulário sonoro  derivado da imagem do violoncelo explodido; da sua fragmentação e consequente dispersão no espaço envolvente.

Servindo-se de um dispositivo de amplificação sonora distribuído por diferentes pontos do violoncelo, Ricardo Jacinto explora a possibilidade de fragmentação sónica dos gestos e do corpo do instrumento. No decorrer das improvisações a imersão no interior do violoncelo é articulada com a auscultação do espaço acústico e com a sua ressonância em objectos escultóricos que se têm apresentado como proto-arquitecturas: estruturas que interpelam directamente a escala, desenho e matérias do espaço arquitectónico.

Desde 2014 a Medusa já teve diversas iterações marcadas por um formato particular de concerto-instalação, onde momentos de performatividade musical activam períodos de instalação, para os quais o público é convidado a deambular pelo espaço de apresentação e a realizar uma escuta nómada.

Este projecto com o TUP - Teatro Universitário do Porto é marcado pelo encontro da Medusa com uma cópia da peça Square Tubes: Serie D, de Charlotte Posenenske (1930-1985), através da utilização dos seus elementos como objectos ressonantes.

Charlotte Posenenske foi uma artista alemã associada ao movimento minimalista, conhecida pelas suas séries de objectos que exploraram sistemas e estruturas modulares de grande simplicidade formal, derivadas da produção em massa e padronização. No final da década de 60 as suas estratégias escultóricas focaram a noção de formação temporária através de construções seriais, com módulos de larga escala, suportadas por um apelo à performatividade, interpelando a arquitectura através da escala e materiais industriais correntes, mas acima de tudo propondo sistemas conceptuais que convidavam à participação de terceiros (curadores, compradores ou espectadores) na forma de assemblagem ou organização espacial das suas peças. A artista acreditava assim que abdicava de alguma da sua autoridade criativa, através do convite a variações na sua instalação. Estas opções surgiam num contexto de forte agitação social e política apelando dentro do contexto da arte a uma premente necessidade de transformação estética, numa necessária diluição entre arte e vida, entre artista e comunidade.

Para esta iteração da Medusa, produziram-se duas cópias da peça "Square  Tubes: Serie D" (composta por seis diferentes formas ocas feitas de chapa de aço galvanizado, semelhantes aos materiais industriais usados ​​para formar tubos de ventilação), constituindo estas os elementos de um corpo modular, manipulável e ressonante, a habitar pelos sons do violoncelo e por pequenos e idiossincráticos retratos sonoros da cidade do Porto compostos por cada um dos quatro intérpretes.

Esta será a matéria para dialogar com o espaço da IRL, onde processos de manipulação serial, fragmentação e ressonância determinarão o desenvolvimento de uma narrativa sonora e espacial. 




FICHA ARTÍSTICA

co-produção.
OSSO COLECTIVO e IRL

direcção artística, violoncelo e electrónica.
RICARDO JACINTO

interpretação e peças sonoras.  
FRANCISCO AGUIAR
GONÇALO ALBUQUERQUE
NUNO TORRES
ORLANDO GILBERTO-CASTRO

cenário/objectos ressonantes. 
DUAS CÓPIAS DOS SEIS ELEMENTOS DA PEÇA SQUARE TUBES [Série D] (1967) de Charlotte Posenenske

sistema de audio streaming wireless. 
MAURÍCIO MARTINS
NUNO TORRES
TIAGO RORKE 
VASCO PITA

produção cenográfica. 
TIAGO ASCENSÃO

desenho de luz.
FRANCISCO CAMPOS

design.
JOÃO LUÍS FERREIRA

produção.
DANIELA ARAÚJO BRAGA
ORLANDO GILBERTO-CASTRO

apoio à produção.
ANTÓNIO PACHECO
SARA SÁ JONES

apoio técnico.
EDUARDO BRANDÃO

agradecimentos.
MARCO GABRIEL, OS NETOS DO SIMÃO, JOANA X, NUNO MARQUES, HELENA SOARES, JOÃO OLIVEIRA

com o apoio de
UNIVERSIDADE DO PORTO e IPDJ



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tupporto@gmail.com
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