"A Casa de Bernarda Alba" acende as luzes. É noite, será sempre noite e a tarântula sobe pelas paredes. As garras de Bernarda tudo alcançam e os seus olhos porosos estalam com os indícios e os vícios, vêem o que não vêem. Pobres raparigas condenadas a oito anos de luto na desolação da planície, o silêncio que arde, o poder envenenado das terras sem água, poços a ferver dos céus inclementes, a guerra surda dos sonhos, os pobres quartos despidos de intimidade, exangues, os sonhos escoiceados, o cavalo louco. A rapaziada diverte-se no olival, os ganhões cantam e embebedam-se, a tirania é cega, cheira a podre. Dona Bernarda Alba aproxima-se do crime, cheira a morte e La Poncia tudo sabe ou imagina. Ó, Adela, minha pequena e pobre Adelita! Que será feito dos teus vinte anos? Porque choras tão só? Como cheira bem a madressilva!
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.