As primeiras menções e noções de paisagens comestíveis recuam ao famosos jardins da Pérsia. Tendo chegado à Europa com o Renascimento, a produção alimentar com preocupação estética volta a estar, mais pujante que nunca, na ordem do dia. As razões para este retorno lógico são: a) A redução brutal da pegada ambiental de cada consumidor; b) O autodomínio da qualidade alimentar como garante da mesma a custo controlado; c) A reconexão com o sentido da vida, que a co-criação estética e alimentar permanente oferece às rotinas de casa-trabalho-casa, numa era de burn-outs, depressões e ausência de sentido de Ser; d) O reaproveitamento e transformação de desperdícios da actividade humana, principalmente restos de comida e papel; ou de intervenções sobre o meio natural, como podas de árvores e cortes de palhas, matos, etc. Os Jardins Comestíveis geram riqueza nutricional, estética e terapêutica pois reconectam com os ritmos da Natureza, em que cada um pode voltar a sincronizar-se com os tempos das estações. Em Portugal há dois autores de referência no Paisagismo Comestível, Tito Lopes nos Bosques de Alimentos e Graça Saraiva nos Jardins Comestíveis. João Oliveira e Bruno Gaspar, facilitadores deste curso, trazem uma abordagem inspirada em ambos os autores, mais o seu sentido próprio, focado na adaptação às Alterações Climáticas e na optimização da gestão de recursos, numa fusão óptima entre as necessidades específicas do terreno, as suas possibilidades e os desejos de quem dele usufrui. Neste curso, iremos assim demonstrar como instalar Jardins Comestíveis precisamente nos locais em que maior benefício recebem e trazem ao terreno onde estão, contendo a erosão, beneficiando e acumulando as escorrências naturais de água e de sedimentos. Neste curso demonstraremos também como criar uma relação simbiótica entre todas as plantas através da instalação de uma rede neuronal fúngica que, através das micorrizas, fará a gestão da água e nutrientes disponíveis. Ter um Jardim Comestível interligado por micorrízas com as árvores em seu redor, criando uma rede que pode inclusive expandir-se para além dos próprios limites do terreno, é também uma estratégia activa na mitigação e prevenção de fenómenos de seca e escassez de matéria orgânica no solo. Este é um curso 90% prático, com curtas sessões explicativas no final de cada sessão. FORMADORES João Oliveira CONTRIBUIÇÃO Valores éticos (2 dias): 140 Inclui alimentaçao e alojamento em camarata. Se pretender alojamento extra: Quarto privado (Cama casal): 30