criação
André e. Teodósio, José Maria Vieira Mendes
Antígona, imortalizada por Sófocles, foi ao longo de séculos protagonista de peças de teatro dramático, de Kleist a António Pedro, bem como uma inspiração artística e filosófica (Heidegger, Steiner, Žižek ou Kilomba). Carregada de metáforas e categorias, ela tem sido massacrada por ideias de “bem”, “justiça”, “emancipação”, “utopia” ou “desejo”. RE: Antígona é o oposto disso por não ser um desafio ao passado mas ao presente. Ou um reply a um passado feito de perguntas sem resposta, como uma troca de e-mails sem esperança de retorno. Um espetáculo que não procura produzir nada, mas que marca presença, satura e desconcerta. Quer isto dizer que RE: Antígona reage à alegoria ou à captura da figura de Antígona para proveito das atualizações, mas também responde a uma arte das “mensagens” e do “sobre”, pedindo um tempinho para estar sem ser. RE: Antígona mata Antígona, de todas as formas que se lembrar, para lhe dar a morte a que nunca teve direito.
cenografia
Tiago Alexandredesenho de luz
Joana Máriomúsica original
Miguel Lucas Mendesprodução executiva
Rita Pessoadireção de produção
Teresa Miguelinterpretação
André e. Teodósio, Inês Vaz, Maria João Vaz, Paula Diogo, Paulo Pascoalcoprodução
Teatro Praga, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional São Joãodur. aprox. 2:00
M/16 anos