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Inauguração da exposição “As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro Rodrigues

Inauguração da exposição “As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro Rodrigues

No âmbito do projeto “Em liberdade” apoiado pela RPAC e desenvolvido em parceria com três estruturas de outras zonas do país: o Colégio das Artes (Coimbra), Air 351 (Cascais) e Lugar do Desenho (Gondomar) MIRA FORUM inicia o ciclo “CHÃO, TERRA E PESSOAS” com três exposições a inaugurar no dia 15 de junho, pelas 16h. O ciclo prossegue com mais exposições, duas conferências, apresentação de vídeos e outras realizações até outubro.



“As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro Rodrigues


Vanessa Rodrigues esteve na Guiné-Bissau a registar as histórias de 7 das 12 Guardiãs de Sementes das Ilhas Urok: Sábado Maio, Beatriz Lopes, Anjuleta Gomes, Maimuna Augusto, Esperança Correia, Sábado Madjo e Sábado Luís. Urok significa “união”, na língua bijagó e alia as ilhas Formosa, Chediã e Maio (Área Marinha Protegida Comunitária, desde 2005), situadas no arquipélago dos Bijagós, ao largo da costa atlântica norte-africana, classificado pela UNESCO como reserva da biosfera desde 1996.

“As Guardiãs das Sementes” é uma instalação áudio+visual+sensorial cuja proposta é criar um percurso “natural” pelas narrativas destas guardiãs de sementes e suas matas sagradas que, apesar de estarem noutra parte do globo, falam de uma condição universal que nos afeta e que convidamos o público a refletir connosco. Mundialmente, as sementes originais dos alimentos que comemos estão a extinguir-se. O aumento da população mundial pede produção intensiva que está a dar lugar às sementes transgénicas. A perda das sementes crioulas não é apenas o desaparecimento da segurança na alimentação, mas também a perda da cultura de vários povos e da sua soberania alimentar.
A agricultura na Guiné-Bissau assenta no trabalho da mulher rural e são elas quem mais investem para a segurança alimentar e nutricional das famílias. Elas são o pilar da valorização dos produtos e saberes da biodiversidade. Mas, menos de 1% destas mulheres detêm a terra que cultivam. É precisamente o caso das agricultoras das ilhas Urok, Bijagós, Guiné-Bissau, na produção, conservação e valorização das sementes e variedades locais estratégicas para a segurança alimentar e cultural das comunidades insulares ali residentes.

Bijagós é a etnia que deu nome ao arquipélago e detém saberes e tradições intimamente ligados ao seu ambiente natural, que orientam a gestão dos recursos, considerados sítios sagrados.
Ao abordarmos as histórias destas mulheres, estamos a cruzar aspetos relacionados com mulheres rurais e agroecologia, desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade, segurança alimentar e a luta por boas práticas sustentáveis, ao mesmo tempo que abordamos testemunhos de empoderamento feminino.

Depois, devido à pressão demográfica, às alterações climáticas, às intervenções humanas desenfreadas têm ocorrido alterações na flora e a fauna da Guiné-Bissau. Nas ilhas urok este é um exemplo raro de gestão comunitária e sustentável e paradigma de boas práticas reconhecidas pela UNESCO.


Exposição patente de 15 de junho a 27 de julho.
De quarta-sábado, 15h às 19h


NOTA BIOGRÁFICA
Vanessa Ribeiro-Rodrigues (14.01.1981). Documentarista, professora universitária, jornalista, investigadora. Formada em Realização e Guião de Cinema Documental pela Academia Internacional de Cinema de São Paulo e EICTV- Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba. Doutorada em Estudos em Comunicação para o Desenvolvimento (ULusófona). Viveu no Brasil como correspondente da rádio TSF e DN. Na Jordânia, trabalhou como pesquisadora e co-argumentista para o documentário “Remember Us” sobre refugiados palestinianos. Tem trabalhado em Moçambique e na Guiné-Bissau. Em 2017, realizou e produziu o documentário “Baptismo de Terra” (Brasil, 90’, 2017), vencedor de uma Menção Especial no Festival de Cinema de Avanca. É autora do livro de poesia “O Barulho do tempo” (2013), do livro-reportagem “Ala Feminina” (2018) e do livro “A Tecnologia Ancestral da Escuta” (Gulbenkian, 2022) sobre arte e Comunidade. O seu trabalho fotográfico sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ganhou um prémio do público no Festival Audiovisual Black&White da Univ. Católica (2010). Tem em pré-produção o documentário “O Feitiço de Areia” a ser rodado em Moçambique em 2023 (Real Ficção) e a curta-documental “Sociedade Anónima” (Sabina Filmes/Golpe Filmes), selecionada para a 5ª edição da oficina de desenvolvimento Arché/Festival Porto/Post/Doc.


Instagram: @lunacronica


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Projeto Financiado pela República Portuguesa; DGARTES, RPAC

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