69ª Conversa sobre Projetos Fotográficos | “As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro-Rodrigues
No âmbito da exposição patente no MIRA FORUM “As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro-Rodrigues, irá decorrer no dia 1 de julho, pelas 21h30, uma conversa virtual com a autora que apresentará este seu projeto.
A conversa decorre via ZOOM e LIVE do Facebook.
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https://us06web.zoom.us/j/8258121543?omn=83782721993
ID da reunião: 825 812 1543
“As Guardiãs das Sementes” de Vanessa Ribeiro-Rodrigues
A exposição fotográfica e de vídeo-instalação "As Guardiãs de Sementes" de Vanessa Ribeiro-Rodrigues é um projeto que iniciou em 2022, na Guiné-Bissau, a partir de uma bolsa de criação jornalística, agora apresentado num formato transmedia. Trata-se de uma abordagem de escuta para a valorização do ecofeminismo, estabelecendo um diálogo sobre as questões ecológicas e a prática de saberes ancestrais femininos. Sábado Maio, Beatriz Lopes, Anjuleta Gomes, Maimuna Augusto, Esperança Correia, Sábado Madjo e Sábado Luís contam as suas histórias. Elas são 7 das 12 guardiãs de sementes crioulas dos Bijagós e habitam nas ilhas de Formosa, Nago e Chediã (ou ilha de Maio), na Área Marinha Protegida Comunitária (AMPC) das ilhas Urok, na Guiné-Bissau. Guardam para “o próximo tempo” [colheita] e semeiam para “outro tempo” [futuro].
Saber mais: Na Guiné-Bissau — e um pouco por todo o continente africano — é a mulher quem mais trabalha a terra. Nas ilhas urok, as mulheres bijagós garantem a soberania e a segurança alimentares, enfrentando a ameaça das alterações climáticas e a imposição da monocultura de caju. Entre 2015 e 2018, a ONG guineense Tiniguena implementou o projeto das Mulheres Guardiãs de Sementes da Biodiversidade Agrícola na AMPC, em parceria com a New Field Foundation, para salvar e conservar várias sementes crioulas que se estavam a perder, como milho e mancara bijagó, que é uma espécie de amendoim. O projeto foca-se na agroecologia e na diversificação das culturas agrícolas, introduzindo técnicas hortícolas sazonais, fertilização orgânica com compostagem e preparação de produtos fitossanitários naturais para tratamentos do solo. Esta ação fomentou a consciencialização das comunidades locais sobre a importância da conservação das sementes, através da mobilização em torno de uma rede de guardiões de sementes que construíram duas bembas comunitárias [celeiros], onde são armazenadas variedades de sementes locais, das quais 15 variedades de arroz foram multiplicadas e distribuídas aos produtores associados.
(Exposição patente de 15 de junho a 27 de julho.
De quarta- feira a sábado, 15h às 19h)
NOTA BIOGRÁFICA
Realizadora, jornalista, professora universitária e investigadora. Formou-me em Realização e Guião de Cinema Documental pela Academia Internacional de Cinema de São Paulo e EICTV- Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba. Doutorou-se em Estudos em Comunicação para o Desenvolvimento, focando em narrativas cinematográficas para a mudança social. Viveu no Brasil como correspondente da rádio TSF e DN e, na Jordânia, onde trabalhou como pesquisadora e co-argumentista para um documentário sobre refugiados palestinianos "Remember Us". Tem trabalhado em Moçambique e na Guiné-Bissau. Tem em pós-produção 2 documentários "O Feitiço de Areia" (ICA, Real Ficção e Sabina Films) e "Guardiãs de Sementes" (Anexo 82). Em 2017, realizou e produziu o documentário “Baptismo de Terra” (Brasil, 90’, 2017), vencedor de uma Menção Especial no Festival de Cinema de Avanca. É autora do livro de poesia “O Barulho do tempo” (2013), do livro-reportagem “Ala Feminina” (2018) e dos Cadernos de Arte e Comunidade: "Privilegiar a Tecnologia Ancestral da Escuta" (Fundação Calouste Gulbenkian, 2022).Instagram: @lunacronica
