No sábado, 6 de julho, pelas 15h, irá ser lançado no MIRA FORUM o livro “Lugares primordiais com planalto e rio ao fundo” com textos escritos por João habitualmente e fotografias de Eduardo Beira.
"Lugares primordiais
com planalto e rio ao fundo"Textos (mais ou menos) poéticos, translúcidos e transmontanos (de João Habitualmente) com fotografias transmontanas (mais ou menos) (ir)reais (de Eduardo Beira)
... somos sempre de um lugar, mesmo que não saibamos como foram os primeiros, porque a memória que em adulto manejamos é posterior a isso.
Os textos deste livro são os destes lugares primordiais. Os meus lugares, aqueles que se fazem presentes quando escrevo. E vêm sem que chame por eles. O que é matriz é discreto, trabalha nas profundezas como um magma. E o magma, quando sobe, faz-se granito. Há-o por toda a superfície transmontana: ora no redondo dos cabeços, ora na planura dos lajedos, ora nas paredes verticais das escarpas. Pelo meio deste mar de pedra foi-se depositando sedimento, nasceram plantas, vieram gentes. Um dia cheguei eu. Quando a escrita me chamou dei por mim a notar que estava plena destes sítios. Testemunham-no os textos escolhidos para este livro.João Habitualmente
As fotografias deste livro pretendem ilustrar, de alguma forma, palavras selecionadas do texto associado. Essa associação pode ser mais ou menos realista, factual nalguns casos ou mais abstrata noutros casos, mas as fotografias selecionadas têm todas em comum o facto de serem imagens do planalto transmontano, mais concretamente do vale do Tua, sendo que a maioria das fotografias foram mesmo captadas na aldeia de Areias, ou na sua periferia, no decurso das últimas duas ou três décadas. Areias é uma pequena aldeia próxima de Carrazeda de Ansiães onde o escritor e o fotógrafo têm raízes comuns.
Eduardo Beira
NOTAS BIOGRÁFICAS
O escritor
João Habitualmente
Nasceu no Porto em data incerta, aí por volta de 1980, quando descobriu que escrevia poesia e outras coisas. O nascimento terá ocorrido cerca de vinte anos depois da criatura que lhe alberga o heterónimo. Publicou o primeiro livro de poesia em 1995 (Agradecemos / Os sons parados) e o mais recente foi em 2022 (Estátuas na praça). Em 2019 foi publicada uma antologia do seu trabalho poético (Um dia tudo isto será meu). Obras suas têm sido incluídas em várias coletâneas literárias. Para além de poesia tem publicado conto, microficção e diário.
A criatura que lhe alberga o heterónimo é Luís Fernandes, filho de famílias transmontanas, onde continua a ter uma casa (em Areias). Profissionalmente é psicólogo e professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.
O fotógrafo
Eduardo Beira
Faz fotografias desde 1970 e até agora não se cansou de fotografar as pedras e as terras do planalto onde tem uma casa (em Areias). Sempre sonhou que um dia será fotografo a ainda não perdeu a esperança. Publicou dois álbuns com fotografias suas do Alto Douro. TUA. Colectânea literária: o vale, o rio e a linha férrea (2013) e UMA COMUNIDADE VIVA (Carrazeda, anos 1950-60). Da névoa do tempo à magia da criação (2023). Expôs mais do que uma vez no FARPA (Pombal).
Engenheiro químico (pouco praticante) desde 1974, foi gestor e administrador de empresas durante mais de vinte anos. Regressou à vida académica como professor convidado na U. Minho (2000-2012), onde foi professor associado e docente no programa MIT.Portugal, depois de uma primeira atividade académica na FEUP, Universidade do Porto.
Coordenou o programa internacional e multidisciplinar FOZTUA (2010-2015). Tradutor e editor de obras dos filósofos Michael Polanyi e Andrew Feenberg.
