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Inauguração de “Instantes onde pousar a luz” de Estela Rodrigues

Inauguração de “Instantes onde pousar a luz” de Estela Rodrigues

No dia 26 de junho, pelas 18h, inaugura mais uma proposta das Galerias Verticais - parceria MIRA | MNAC. Estela Rodrigues apresenta a exposição “Instantes onde pousar a luz” e escolheu como local o Jardim do Japão, R. do Bonjardim 492, 4000-124 Porto.


"Instantes onde pousar a luz"

Desde 2004 fotografo o “mesmo muro” no mesmo parque da cidade.
Nunca era o mesmo em diferentes horas do dia, estados meteorológicos, estações do ano, alterações tonais da mesma cor acrescida de manchas de musgo, sujidade, desgaste, remendos sucessivos como palimpsestos sem voz a decifrar.
Sem qualquer projeto ou destino deambulava atenta às “Variações de um muro só” na sua efemeridade. As árvores familiares das aceráceas iam crescendo e com elas a projeção de sombras e suas mutações. Só não variava o recorte vegetal das folhas.

Pelos caminhos até ao muro reparo mais nos pontos de luz entre as sombras e em diferentes superfícies: areia, terra, tapetes de tílias, metrosideros, magnólias, carvalhos, gingko bilobas; ardósia e granitos; também em lagos, lama, e charcos com brechas de azul espelhado.
Os inícios da manhã e os fins de tarde alongam os troncos imóveis.
O meio-dia é a hora para observar a folhagem a peneirar o sol.
Uma ligeira brisa ou vento, em menos de um segundo, reconfigura coreografias difíceis de focar.

Em 2023 a definição da palavra Komorebi apresentada no genérico final do filme “Dias perfeitos“ de Wim Wenders e Takuma Takasaki veio nomear o que pensei ser inominável.

Encontrar meses depois o inesperado Jardim do Japão nas traseiras de um prédio do centro da cidade do Porto foi um acaso gerador de lugar onde pousar instantes de luz.
Esta exposição, no âmbito do projeto das Galerias Verticais, sob o mote “todo o mundo é composto de mudança”, pretende revelar os registos fotográficos emergentes da disponibilidade para o deslumbramento na regularidade de momentos únicos a romper o padrão dos dias, e testemunhar como esses acontecimentos interferem no modo de ver e estar na vida continuada pela partilha do ato de fotografar e mostrar.
As coisas são o que aparecem e o que brincamos e conversamos sobre elas.
Convocar um almoço no sossego do mesmo jardim com José Carlos Tinoco, Manuela Matos Monteiro e João Lafuente para concertarmos opiniões, sugestões técnicas e datas foi uma conjugação improvável de quem, afinal, se conhecia há muito tempo.

Estela Rodrigues



NOTA BIOGRÁFICA

Estela Rodrigues termina em 1978 o curso em Educação de Infância, em 1986 licencia-se em Estudos Portugueses na FLUP, em 2008 realiza a dissertação de mestrado “A Emergência da Literacia” na área da Psicologia do Desenvolvimento e Educação da Criança na FPCE do Porto. Tem uma experiência profissional enquanto educadora na rede pública de educação pré-escolar do ME, e como formadora nos cursos de educadores de infância na Escola do Magistério Primário do Porto, na Escola Superior de Educação do Porto e nas Universidades do Minho e de Aveiro. Interessando-se pelo cruzamento de áreas de conhecimento como linguística, literatura, pedagogia e psicologia do desenvolvimento, transversais às infâncias em educação, é autora de dois livros publicados pelas Edições Afrontamento: “Pensar a Imagem Olhar o Texto (2019) e “Do Outro lado do Cerejal” (2021).

" desde 2011 tem explorado a fotografia de instantes de luz com crianças no âmbito das pedagogias acontecimentais e artísticas".

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