Na sequência de bandas tão celebradas como The Vandermark 5, FME ou The Resonance Ensemble, Ken Vandermark toma nova direcção nesse contínuo de composição com a escrita – aberta – para este combo intitulado Edition Redux. Quarteto formado por Erez Dessel nos teclados, Lily Finnegan na bateria e Beth McDonald na tuba e electrónica, para além do próprio Vandermark em saxofone e clarinete, faz ponte entre a geração já bem estabelecida do líder e uma nova movida artística de Chicago. Nascida em Março do ano transacto, a banda foi tomando rápida e progressivamente mais unificada ao longo de uma série de concertos que culminaram na gravação de ‘Better A Rook Than A Pawn’ em Abril desse mesmo ano. Acoplando as suas diversas influências de sempre, que tanto vão do legado sempre relevante da AACM da sua cidade de origem, às diversas “escolas” de improvisação europeias, ao dub ou funk, Vandermark dá espaço aos seus colaboradores para que habitem as suas composições e as levem para novas paragens, como que a reavivar a cada momento as suas premissas à vontade dos seus intérpretes. Música viva, que em 17 peças presta homenagem sincera a nomes tão díspares como King Tubby, Robert Bresson ou Susan Sontag, e é capaz de baralhar e voltar a dar rendilhados jazzy plenos de melodia, rasgos improvisados, funk oblíquo, movimentações quase dub ou preces de êxtase colectivo que batem sempre certo. BS
Anthony Pateras é um compositor, pianista e músico eletroacústico ativo desde o final dos anos 90. A sua prática abrange peças de concerto, performance de piano, difusão acústica, trilha sonora de filmes, experiências psicoacústicas, além de tocar nas bandas Sulla Lingua e PIVIXKI. De âmbito diverso, gravou discos com ícones do avant-metal (Mike Patton, Stephen O’Malley), trabalhou com grandes orquestras (Los Angeles Philharmonic, BBC Symphony), tocou com lendas do free jazz (Paul Lovens, Han Bennink), fez a banda sonora de escritores ilustres (Sylvère Lotringer, Christos Tsiolkas), esculpiu música concreta (Jérôme Noetinger, Valerio Tricoli), sonorizou obras de arte visuais (Slave Pianos, Yves Netzhammer) e compôs para virtuosos de cordas (Richard Tognetti, Erkki Veltheim).
Cultivando linguagens singulares nos trios Pateras/Baxter/Brown e North of North, continua empenhado na improvisação como método de assimilação da prática instrumental com o pensamento composicional.
O seu trabalho está amplamente publicado, incluindo álbuns na Tzadik de John Zorn e na Editions Mego de Peter Rehberg. Entre inúmeros projectos internacionais, foi duas vezes comissariado pelo INA-GRM, integrando cada vez mais técnicas acusmáticas na sua estratégia global de composição. Isto pode ser ouvido nos seus álbuns a solo de 2023, Two Solos (Futura Resistenza) e A Dread Of Voids (Another Timbre). A sua presença na ZDB faz parte de uma digressão europeia que celebra 25 anos de atividade internacional.
Fonte: https://zedosbois.org/programa/edition-redux-anthony-pateras/
